O diretor de desenvolvimento de Açúcar e Bioenergia da Bunge USA, Ben Pearcy, disse, ontem, que a Bunge está aberta a mais aquisições de usinas no Brasil. A Bunge adquiriu, nos últimos meses, o Grupo Moema, com cinco usinas.
O executivo não informou, contudo, se a empresa negocia alguma aquisição no momento. Segundo Pearcy, a tendência do mercado sucroalcooleiro no Brasil é de mais aquisições e fusões.
“Diria que o foco dos players agora vai ser mais em termos de aquisições e fusões, porque o preço do açúcar e etanol atual tem pouco incentivo econômico para construir novos projetos. Novos projetos levam no mínimo três anos para começar a dar resultados.
Então, é preciso ter garantias de preço no longo prazo para se fazer investimentos.
Hoje em dia, com essa volatilidade, está mais difícil”, afirmou. “Vamos continuar pensando em aquisições no Brasil e fora dele que se enquadrem na nossa estratégia e se o valor fizer sentido”, disse.
PRECARIEDADE. Segundo ele, várias empresas de etanol no Brasil ainda estão em situação precária, à espera de compradores. “De fato, a procura é maior do lado do vendedor do que do comprador”, disse Pearcy, que participou da 4ª Conferência Internacional sobre Açúcar e Etanol, organizada conjuntamente pela Organização Internacional do Açúcar e pela Datagro, no hotel Waldorf Astoria, em Nova York.
No final do ano passado, a Bunge anunciou a compra de cinco usinas da Moema Participações visando aumentar seus negócios no ramo de açúcar e etanol. “Foi um passo importante, fundamental da implementação da nossa estratégia com o etanol”, afirmou. O executivo acrescentou que as perspectivas para o Brasil são muito positivas.
“Dá até para duplicar a capacidade naquela região, que é excelente para a agricultura.” AQUISIÇÃO. Pearcy disse que a Bunge entrou para o ramo de açúcar e etanol em 2005, sendo a compra da Moema, a maior aquisição da multinacional desde 2002. “Com a aquisição de Moema ganhamos escala no setor sucroalcooleiro”, afirmou. De acordo com ele, a capacidade de produção da Bunge no setor triplicou com a aquisição e a empresa deve investir 30% do seu orçamento anual nesse segmento.
Pearcy vê perspectivas promissoras para o setor no Brasil nos próximos anos.
“Se você quer em investir em açúcar e etanol, o Brasil é hoje o primeiro lugar para se investir”, disse.