SÃO PAULO (Reuters) – A Bunge, maior trading de grãos e processadora de soja do Brasil, ingressou na área de açúcar, passando a operar como trading do produto a partir do Brasil, afirmou uma fonte próxima do negócio nesta terça-feira. A expectativa da empresa, segundo a fonte, é melhorar a sinergia e gerar ganhos de escala para a companhia, subsidiária brasileira da Bunge Ltd. . A empresa já negocia no país commodities como soja, trigo, milho além de fertilizantes. “O açúcar faz parte do portfólio de muitos produtores que já trabalham com a empresa, e é um mercado que cresce muito”, afirmou. “Para a Bunge, isso pode trazer vantagens logísticas, melhores condições para negociar fretes, por exemplo.”
O mercado de açúcar no Brasil passa por um momento de expansão, devido principalmente à perspectiva de crescimento no consumo de álcool, tanto no país quanto no exterior. O Brasil é o maior produtor e exportador de açúcar, que na semana passada atingiu o maior preço em 25 anos na bolsa de Nova York. Já o mercado de grãos, no qual a Bunge até agora centra suas atividades, sofre com preços baixos, câmbio valorizado e problemas de inadimplência, depois da quebra da safra passada. A Bunge já fornece fertilizantes a produtores com áreas de cana-de-açúcar. O objetivo da empresa, segundo a fonte, é fazer negócios com esses produtores casando a venda de adubo com o recebimento de açúcar, como já ocorre comumente no mercado de grãos. Para usineiros, a entrada de mais uma trading é salutar para o mercado “O Brasil aumentou demais a exportação de açúcar (nos últimos anos), mas o número de tradings não cresceu. A entrada da Bunge vai dar mais liquidez aos produtores”, comentou Fernando Perri, diretor comercial do grupo J.Pessoa, que já fechou contrato para exportação de açúcar com a Bunge.
Um executivo do mercado foi contratado para gerenciar a nova área.
A Bunge no Brasil não confirmou oficialmente a informação.