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Broca gigante ameaça canaviais paulistas, diz CTC

A Telchin licus licus, nome científico da broca gigante, comum nos canaviais do Nordeste, ameaça os canaviais paulistas. A praga está sendo estudada pelo CTC (Centro de Tecnologia Canavieira), que estima prejuízos de R$ 400 milhões por safra, caso a disseminação não seja controlada.

O CTC identificou, em julho de 2007, a ocorrência da broca gigante nos canaviais do município paulista de Limeira. Segundo os especialistas na época também foram identificados focos em outras lavouras de cana-de-açúcar da região.

Segundo o diretor de Pesquisa & Desenvolvimento do CTC, Tadeu Andrade, ainda não há uma tecnologia eficiente para controle da praga. No Nordeste, onde os usineiros aprenderam a conviver com a broca, o controle do inseto causador da infestação é feito manualmente. Naquela região, onde a Telchin licus licus é conhecida desde 1927, os prejuízos anuais chegam a R$ 35 milhões.

Andrade destaca outro agravante, relacionado ao ciclo da praga, considerado longo (120 dias, em média). “O ciclo é iniciado pelos ovos de uma mariposa que coloca entre 50 e 100 ovos por geração nos canaviais. Essas larvas perfuram a cana e danificam a planta”, conta.

Andrade ressalta que a broca possivelmente chegou a SP em caminhões de plantas ornamentais, que são hospedeiras da praga. “Ainda não se conseguiu fechar o ciclo biológico da praga em laboratório. Por enquanto, não há também métodos de controle químico disponíveis”, disse o diretor do CTC.

Prevenção

O CTC implementou um programa específico de monitoramento dos canaviais paulistas e tem realizado treinamento de equipes técnicas das empresas associadas, para prevenir e informar o setor sobre aos riscos do descontrole da broca gigante.

Segundo Andrade, o CTC já informou à Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo sobre os riscos da praga. Em breve o CTC deverá fazer novas recomendações técnicas aos associados. “Por enquanto, é necessário ficar de olho no canavial”, diz.