Mercado

Braskem vence desafio do polietileno verde

O polietileno desenvolvido pela Braskem a partir do etanol de cana-de-açúcar deixa de ser um projeto piloto e ganha escala industrial. Cerca de US$ 250 milhões foram investidos em 2010 para produzir 200 mil toneladas por ano. Em 2006, quando a empresa assumiu o desafio de produzir o plástico verde, como ficou conhecido, foram investidos US$ 5 milhões em pesquisa e implantação da unidade-piloto com capacidade de produção de 12 mil toneladas por ano. O projeto rendeu à Braskem o Prêmio Eco em Práticas de Sustentabilidade na categoria Sustentabilidade em Produtos ou Serviços, empresas de grande porte.

“É um investimento significativo para a empresa”, diz Marcelo Nunes, diretor de negócios de químicos verdes da Braskem. “Estes três anos serviram para testar e melhorar processos, produtividade e qualidade.”

O polietileno verde é uma resina termoplástica com propriedades idênticas ao polietileno convencional, uma das resinas mais usadas em embalagens flexíveis e outros produtos plásticos no mundo. O material pode ser usado em máquinas industriais de transformação sem nenhuma necessidade de transformação. Como toda resina, o plástico verde é reciclável, mas não é biodegradável. Se biodegradasse, devolveria à atmosfera todo o CO2, principal gás causador do efeito estufa (GEE), que absorveu no seu ciclo de vida e perderia a ecoeficiência.

“O material é voltado para empresas que estão bem avançadas na área da sustentabilidade. Os primeiros mercados foram os países da Europa, Japão e Estados Unidos”, diz Nunes. “Mas ainda estamos na fase de pré-marketing, analisando e conhecendo melhor o cenário do mercado. Depois é crescer e se consolidar”

Empresas como Danone, Toyota Tsusho Shiseido e Embalixo são alguns dos maiores clientes do plástico verde. Recentemente, a Braskem fechou um contrato de fornecimento de tecnologia para fabricar os assentos do estádio multifuncional Amsterdam Arena, na Holanda.

Sem revelar o volume de vendas, Nunes acredita que o mercado nacional também pode ser promissor. Segundo ele, o país está um passo atrás da Europa, mas muitas multinacionais instaladas no Brasil, que consomem o plástico verde no exterior, deverão adotar o produto no mercado interno também.

A empresa também já anunciou a produção do polipropileno verde, o segundo plástico mais usado no mundo. Até 2013 deverá produzir 50 mil toneladas de polipropileno verde. Serão investidos US$ 100 milhões. A Braskem produz 16 milhões de toneladas de diferentes resinas em suas plantas nacionais e internacionais. (G.P)