A petroquímica Braskem está buscando a diversificação de suas fontes de matérias-primas, reduzindo sua dependência praticamente exclusiva da nafta, derivado do petróleo que não pára de ter seu preço aumentado.
Em março, com a inauguração de sua unidade de produção de polipropileno em Paulínia (SP), a petroquímica utilizará o gás de refinaria da Petrobras. Até 2012, ela tem projetos que usam o etanol para produzir polietileno “verde” e gás natural para fabricar resinas na Venezuela.
Além da ênfase especial à produção de resina “verde” a partir do etanol, o presidente da Braskem, José Carlos Grubisich, avalia que os projetos na Venezuela rompem com estrutura atual da companhia ligada à nafta. “São os mais competitivos das Américas, comparados com os do Oriente Médio”.
A petroquímica também poderá utilizar matéria-prima extraída de óleo pesado caso participe do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), projeto liderado pela Petrobras. As petroquímicas, tanto no Brasil como no exterior, estão sendo abaladas pelos fortes aumentos das matérias-primas, que respondem por mais de 60% a 70% de seus custos.
De agosto para cá, as ações da Braskem caíram 27,8%, no mesmo instante em que o petróleo disparou e ultrapassou os US$ 100 o barril para estacionar hoje na casa dos US$ 90. A nafta subiu, desde dezembro de 2006, 57% em dólar. Os papéis da petroquímica estão sendo negociados a 12,7% abaixo do valor da empresa em março do ano passado quando foi anunciada a compra, juntamente com a Petrobras, dos ativos da Ipiranga.