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Brasil terá participação cada vez maior no comércio internacional de biocombustíveis, prevê Claude Mandil

Ao receber o prêmio Prêmio MasterCana Brasil, como Personalidade Internacional na área de biocombustíveis, o diretor executivo pela IEA – Agência Internacional de Energia”, Claude Mandil, disse em vídeo conferência na manhã de ontem, 24 de outubro, que a agência trabalha para sair muito além dos atuais 1% do consumo mundial de combustível para uso rodoviário. A previsão é que o consumo mundial de biocombustíveis vá substituir pelo menos 10% do combustível de origem fóssil em 25 anos

Veja os principais pontos do depoimento de Claude Mandil:

– Na Agência Internacional de Energia, há muito tempo temos a convicção que a energia renovável tem um papel essencial em qualquer cenário futuro de energia sustentável.

Ficamos, portanto, muito satisfeitos com o recente surgimento de interesse nos biocombustíveis que vêm acontecendo ao redor do mundo, em resposta a preocupações sobre a segurança energética, a economia e o meio ambiente.

Os biocombustíveis incorporam a perspectiva de substituir parte do petróleo importado por combustíveis produzidos localmente e de diversas fontes. Eles também podem ajudar a reduzir as emissões dos gases que provocam o efeito estufa, dependendo de como são produzidos, e também contribuir ao desenvolvimento rural.

Nossa expectativa é que haja de um incremento significativo na produção de biocombustíveis até o ano 2030, do seu atual nível de aproximadamente 1% do consumo mundial de combustível para uso rodoviário.

Esta nova análise também demonstrará que antecipamos que o álcool responderá pela maior parte desse incremento, pois espera-se que os seus custos de produção caiam mais rapidamente que os do biodiesel – o outro biocombustível principal.

No longo prazo, os biocombustíveis poderiam ter um papel ainda maior que aquele sugerido pela nossa análise. Porém, para que isto aconteça, precisamos continuar pesquisando novas tecnologias, como a hidrólise enzimática e a gaseificação da lignina celulósica. Tais tecnologias poderiam permitir a produção de biocombustíveis em terras de menor qualidade a custos muito menores.

Em qualquer cenário, espera-se que o Brasil – que é neste momento o produtor de etanol com os custos mais baixos do mundo, graças a uma combinação de clima, solo e custos relativamente baixos de mão-de-obra e de terras – tenha um papel-chave a desempenhar. Também poderá se beneficiar ganhando uma participação cada vez maior no comércio internacional de biocombustíveis.

Gostaria, portanto, de agradecer à indústria brasileira de álcool pela contribuição que está fazendo na atualidade – e espera-se que continuará a fazer – a favor da segurança energética global, mediante o aumento da diversificação da oferta.

Gostaria de agradecê-los novamente por homenagear-me com este prestigioso prêmio.