A expectativa é de que as exportações ainda aumentem 15% este ano, após crescer 28% em 2006. O Brasil atingiu recorde histórico ao obter um saldo positivo de US$ 1,3 bilhão no comércio com os países árabes em 2006. O superávit é resultado de US$ 6,67 bilhões em exportações e US$ 5,37 bilhões em importações. A corrente de comércio entre o Brasil e os 22 países que integram a Liga Árabe foi de US$ 12,04 bilhões, um crescimento de 14,47% em relação aos US$ 10,5 bilhões de 2005.
As exportações para os países árabes aumentaram 28,13% entre 2006 e 2005, acima da projeção inicial da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira de expansão de 20%. De acordo com o presidente da Câmara, Antônio Sarkis Jr., a evolução positiva se deve em grande parte às vendas do agronegócio, que cresceram 28,2% e representaram dois terços da pauta de exportações para esses países. “O aumento das exportações deveu-se principalmente à valorização das commodities como açúcar e minério de ferro, e também à entrada de produtos como aviões na pauta de exportações, que são de alto valor agregado”, disse Sarkis.
A Câmara prevê crescimento das exportações para os países árabes de 15% neste ano. Segundo Sarkis, a estimativa de menor incremento nas vendas deve-se ao fato de que a base de comércio entre o Brasil e os países árabes já está ampliada. “A contribuição do agronegócio já está consolidada nos dois lados. O Brasil é um fornecedor importante para países árabes, que importam 11% do que consomem neste setor, o que representa 9% dos embarques brasileiros.”
Sarkis ressaltou que a Câmara está desenvolvendo ações para elevar a participação de manufaturados nas vendas do Brasil para os árabes. “Estamos apostando bastante no setor de moda (vestuário, calçados) e cosméticos”, disse. A Câmara enviará novas missões aos países árabes e intensificará a participação de empresas brasileiras nas feiras de 2007. Outra tendência, disse Sarkis, é de maior diversificação da pauta de importações para tentar manter a balança equilibrada. “O Egito, por exemplo, é um grande fabricante de produtos farmacêuticos e pode fornecer ao Brasil.”
No ano passado, os destaques foram as vendas brasileiras para a Arábia Saudita (US$ 1,48 bilhão), Egito (US$ 1,35 bilhão), Emirados Árabes Unidos (US$ 1,04 bilhão), Argélia (US$ 456 milhões) e Marrocos (US$ 391 milhões). Já as importações brasileiras, tiveram elevação bem menor que as exportações (1,08%) o que reflete, segundo o presidente da Câmara, a concentração das compras (cerca de 90%) em petróleo e derivados.
Em 2006, a Liga Árabe foi responsável por 4,8% do total das exportações brasileiras, passando da 5 para 4 posição entre os principais importadores do Brasil, atrás apenas de EUA, Argentina e Chile.