O Brasil tem planos de desenvolver uma indústria automobilística em conjunto com a China, disse hoje o secretário do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Reginaldo Braga Arcuri. O Brasil quer aproveitar a entrada da China na Organização Mundial do Comércio (OMC) para combinar as forças das indústrias automobilísticas dos dois países e criar um nicho de mercado.
“Agora que a China situa-se dentro do nosso sistema de comércio, a saber a OMC, este é o momento de discutir esse relacionamento e todos os fatores que permeiam a produção de veículos para países em desenvolvimento, que é diferente da produção de carros para o mundo estável e desenvolvido, onde há outros tipos de exigências”, disse. A visita de Arcuri à China tem como objetivo ajudar a melhorar as relações bilaterais de comércio entre os dois países. A China já é o maior parceiro asiático do Brasil, com as exportações em 2001 tendo alcançado US$ 1,9 bilhão.
O secretário disse que a cooperação proposta com a China é uma prova de que o Brasil vê a China muito mais do que um destino de exportação. Segundo Arcuri, o País espera alcançar uma cooperação com a China no setor automobilístico, com a especialização do Brasil em tecnologia de motores e álcool combustível. Arcuri disse que as perspectivas da indústria de álcool combustível vão se intensificar no próximo mês quando o Brasil assinar um acordo de joint venture com a Ballard Power Systems Inc., DaimlerChrysler AG e Ford Motor Co. para produzir o primeiro veículo do mundo que utilizará o álcool (etanol) como célula de combustível, dentro de cinco anos. A popularização da tecnologia de álcool combustível baseada na cana-de-açúcar ajudará a China e o Brasil a reduzirem a poluição urbana e aumentarem as oportunidades de emprego no setor de produção de açúcar dos dois países, disse Arcuri. (Agência Estado)