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Brasil prepara cúpula internacional para debater sobre biocombustíveis

O Governo brasileiro espera receberrepresentantes de 190 países, entre eles vários chefes de Governo ede Estado, na Conferência Internacional de Biocombustíveis queorganizará em novembro em São Paulo, informaram hoje fontesoficiais.

A expectativa é do Ministério do Meio Ambiente, um dosorganizadores do evento de cinco dias, dos quais um será destinado areuniões ministeriais e o último a uma cúpula de governantes.

A intenção do Brasil é aproveitar o encontro para convencer sobrea sustentabilidade de combustíveis vegetais como etanol e biodiesel,segundo um comunicado divulgado pelo Ministério do Meio Ambiente emseu site.

Juntamente com os Estados Unidos, o Brasil lidera uma iniciativapara promover a produção e o consumo mundial de biocombustíveis comoalternativa aos combustíveis fósseis.

O Brasil, maior produtor e exportador mundial de etanol dacana-de-açúcar, e os EUA, maiores produtores de etanol extraído domilho, consideram que os combustíveis vegetais podem diminuir ademanda mundial sobre os fósseis e reduzir as emissões de gasespoluentes que causam o efeito estufa.

O Governo brasileiro assinou acordos com vários países paratransferir sua tecnologia na produção de biocombustíveis, e a UniãoEuropéia (UE) e países como o Japão anunciaram políticas paramisturar etanol aos combustíveis fósseis que consomem.

No entanto, algumas ONGs afirmam que o etanol pode acelerar adevastação da Amazônia, para onde avançam as plantações decana-de-açúcar, o que agravaria ainda mais o efeito estufa.

Por outro lado, Venezuela e Cuba dizem que o crescente interessepelos biocombustíveis está provocando um aumento nos preços dosalimentos, já não mais destinados à população, mas aos combustíveis,o que pode agravar a fome em países em desenvolvimento.

O Brasil espera discutir estes assuntos no encontro em São Paulotanto com Governos quanto com empresários, cientistas e ONGs.

O secretário de Extrativismo e Desenvolvimento Sustentável doMinistério do Meio Ambiente, Egon Krakhecke, diz que o fórumpermitirá ao Brasil demonstrar que a sustentabilidade da produção deetanol não agride o meio ambiente.

Krakhecke diz que os defensores dos biocombustíveis poderãoresponder em São Paulo a todas as críticas à produção de etanol e debiodiesel.

“O Brasil tem consciência da liderança internacional quedesempenha na questão dos biocombustíveis, principalmente comrelação às restrições que se levantam no mundo quanto a suaprodução”, afirmou o secretário.