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Brasil pode recuar nas metas de energia

O Brasil estava ontem perto de jogar a toalha na determinação de excluir grandes hidrelétricas da meta de 10% de energia renovável para todos os países do mundo. Essa meta é a principal proposta nacional na Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio +10) e, para salvá-la, a delegação brasileira partiu para uma espécie de vale-tudo.

“Se não incluirmos as hidrelétricas, fica praticamente impossível falar em meta de energia”, afirmou o ministro do Meio Ambiente, José Carlos Carvalho, ao admitir o recuo brasileiro. O secretário de Estado de Meio Ambiente de São Paulo, José Goldemberg, concorda, mas com ressalvas.

Principal autor da proposta, ele defende que, caso as grandes hidrelétricas sejam incluídas, o texto final determine que isso só valerá para as que seguirem diretrizes ambientais internacionais.

A inclusão das hidrelétricas foi uma proposta capitaneada pela União Européia, com apoio da Rússia, China e Índia, além de países da África. O Brasil rejeitava a inclusão, sob o argumento de que, apesar de não produzirem CO2, elas destroem ou danificam os ecossistemas com inundações. (Folha de SP)