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Brasil perde liderança para os EUA, mas continua a exportar

Brasil perde liderança para os EUA, mas continua a exportar

Tradicional exportador de etanol, o Brasil passou a importar o biocombustível dos Estados Unidos em volumes mais expressivos a partir de 2011. Naquele ano, foram 1,15 bilhão de litros, efeito de uma quebra na safra brasileira de cana-de-açúcar. Ainda assim, foi um volume modesto se comparado ao consumo brasileiro do biocombustível, que foi de cerca de 19 bilhões de litros (incluindo anidro e hidratado).

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Para 2015, quando a demanda tende a somar 24 bilhões de litros, mesmo patamar de 2014, as estimativas para as importações brasileiras divergem. Algumas tradings estimam 1 bilhão de litros, mas outras apostam que o volume se limitará a 500 milhões de litros do produto americano. Independentemente dessa diferença, o fato é que os EUA têm se firmado como o maior exportador de etanol do mundo, na esteira da estagnação da oferta do Brasil no patamar de 25 bilhões de litros.

Em 2014, os embarques americanos totais cresceram 35% em relação a 2013, para 836 milhões de galões (3,164 bilhões de litros). Conforme dados compilados pela Associação dos Produtores de Combustíveis Renováveis dos EUA (RFA, na sigla em inglês) com base em informações do governo americano, o biocombustível foi exportado para 51 países.

O Brasil foi o segundo principal destino das vendas dos EUA no ano passado, com 112,2 milhões de galões (424,6 milhões de litros) – 147% mais que em 2013. O principal mercado foi o Canadá, que importou 335,9 milhões de galões (1,271 bilhão de litros), 4% acima do volume realizado em 2013.

Mas, ainda que tenha começado a importar volume maiores, o Brasil continua a exportar o biocombustível -, ainda que em volumes inferiores ao recorde de 5,1 bilhões de litros de 2008. Em 2014, foram 1,397 bilhão de litros, dos quais 728 milhões de litros aos Estados Unidos, em especial ao mercado da Califórnia, que paga um prêmio ao etanol de cana do Brasil, que tem vantagens ambientais na comparação com o biocombustível feito do milho. A Coreia do Sul foi o segundo maior cliente do produto brasileiro no ano passado, com 417 milhões de litros.

Além desse comércio bilateral com o Brasil, determinado pelo comportamento das margens de comercialização nos diferentes períodos do ano, os EUA também consolidaram alguns mercados na Ásia, conforme análise da RFA. Índia, Emirados Árabes Unidos, Filipinas, Tunísia, Coreia do Sul e Cingapura importaram juntos 243 milhões de galões (920 milhões de litros) do produto americano em 2014, ante 38 milhões em 2012.

Já a União Europeia tem importado volumes menores, devido à implementação de tarifas de importação. Em 2014, foram 49 milhões de galões (185 milhões de litros), quase o dobro que em 2013 (26 milhões de galões) – mas longe do recorde de 2011 (296 milhões de galões).

(Fonte: Valor Econômico)

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