O Brasil planeja pressionar a União Européia (UE) a desativar seu programa de concessão de subsídios ao açúcar até o início da safra de 2006, e não ao de 2007 como vinha sendo planejado anteriormente, segundo informou ontem Elizabete Seródio, secretária de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura. “A UE teve tempo mais do que suficiente para preparar o fim dos subsídios ao açúcar. O Brasil perde estimados US$ 1 bilhão por ano por causa desses subsídios. Não pretendemos ser tolerantes”, disse Seródio.
A Organização Mundial do Comércio (OMC) manteve em 28 de abril a reclamação feita pelo Brasil, Austrália e Tailândia de que os subsídios ao açúcar da UE estavam causando distorções. A organização, com sede em Genebra, concedeu prazo até meados de agosto para a UE apresentar uma proposta destinada a eliminar cerca de US$ 2,4 bilhões anuais em subsídio aos agricultores.
O Brasil ficou impaciente depois que as autoridades do bloco sugeriram em conversações preliminares que vão solicitar prazo de até o fim de 2006, ou o início de 2007 para cumprir a decisão da OMC.
Seródio disse que o Brasil vai recorrer à OMC para investigar se a UE realmente não está procurando prolongar essa situação. O real impacto das exportações de açúcar da UE no mercado não está claro, mas representantes do setor açucareiro do Brasil têm a expectativa de que as exportações da UE se reduzam em 3,8 milhões de toneladas quando forem suspensos os subsídios.
O setor açucareiro do País espera ainda recuperar uma grande fatia do atual negócio da UE, se esta última reduzir radicalmente os embarques.