Mercado

Brasil formaliza apoio para entrada da Rússia na OMC

O Brasil dará apoio formal para a entrada da Rússia na Organização Mundial do Comércio (OMC). A informação consta na declaração conjunta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seu colega russo, Vladimir Putin, divulgada durante a visita da delegação brasileira a Moscou.

“(Os presidentes) registraram com satisfação a conclusão das negociações bilaterais sobre acessão da Rússia à Organização Mundial do Comércio cuja efetivação possibilitará o fortalecimento do sistema mundial do comércio e das relações econômico-comerciais bilaterais”, diz o item quatro da declaração assinada pelos dois mandatários.

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, se recusou a revelar os termos mais relevantes do acordo que permitiram a efetivação do apoio formal. Ele argumentou que os dados são sigilosos. Lula lembrou que “não existe Papai Noel”.

“No fundo, o mundo do comércio hoje é uma disputa em que você vai ganhar por qualidade, competitividade e preço. Ninguém faz negócio porque gosta de um país, mas por vantagens comparativas. Se isso acontecer, estaremos no melhor dos mundos”, disse Lula a jornalistas.

“Nesse mundo globalizado não há Papai Noel. Ninguém dará presente ao Brasil e ninguém dará presente à Rússia”, acrescentou o presidente.

Duas das principais demandas do Brasil para apoiar a Rússia são uma maior abertura do país para o mercado de carnes e de açúcar brasileiros.

Em relação à carne, o Brasil alega que a cota da Rússia é pequena demais. O país é o principal destino individual para a carne brasileira bovina e suína. No caso do açúcar, a Rússia é o principal comprador do Brasil, mas vem diminuindo as importações após a introdução de um novo sistema de taxação.

Com relação ao setor de carnes, Amorim disse apenas que a Rússia poderá aplicar um regime de tarifas às suas importações ou aumentar a cota para o Brasil exportar carne ao país.

“A solução foi bastante satisfatória dentro do que era possível. Dentro do realismo tenho certeza de que haverá acesso a mercado”, disse o ministro a jornalistas na embaixada do Brasil em Moscou.

“Caminhamos ou para o regime de tarifas ou para ampliação das cotas”, acrescentou.

Os pontos mais relevantes do acordo foram fechados, segundo o ministro, na última hora, durante reunião dos presidentes com ministros de Estado de ambos países.

Segundo o presidente russo, “o Brasil é o parceiro prioritário da Rússia na América Latina”.

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