Mercado

Brasil estuda reduzir impostos ao biodiesel do Centro-Oeste

Por causa da crise no setor de grãos, o governo brasileiro estuda uma redução de impostos para a produção de biodiesel a partir da soja no Centro-Oeste, com o objetivo de enxugar o mercado e elevar os preços, afirmou nesta quarta-feira o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues.

“Estamos trabalhando também, por causa da crise agrícola, com o tema de abrir uma atenção fiscal para o produtor de soja do Centro-Oeste para produzir biodiesel já”, afirmou ele, após discursar no 1º Encontro Interamericano de Biocombustíveis.

Rodrigues lembrou que, por causa dos altos custos do diesel na região, onde os preços são mais elevados por causa do frete, alguns produtores rurais já “estão inclusive misturando óleo vegetal nas máquinas agrícolas.”

Ele salientou que ainda não está definido como será essa redução fiscal. “Mas queremos aproveitar a crise, e a idéia é tirar soja do mercado para fazer biodiesel para consumo local. A análise de quanto custa isso está sendo feita atualmente por técnicos da Agricultura e do Ministério da Fazenda.”

De acordo com o ministro, essa seria uma medida de emergência para reduzir a pressão negativa dos preços da soja, mas já permitiria uma estruturação do programa de biodiesel a partir da soja.

Alguns especialistas afirmam que a soja não é, no entanto, a matéria-prima mais viável para a produção de biodiesel.

Em entrevista, o ministro afirmou que, devido a uma expectativa de produção maior de biodiesel nos próximos anos, o governo também estuda “flexibilizar” o modelo que prevê a adição obrigatória de no mínimo 2% do biocombustível ao diesel.

“A lei estabelece que, em 2008, 2% do óleo diesel seja de biodiesel. Isso implicaria em uma produção de 1 bilhão de litros de biodiesel, e as indústrias já instaladas já permitem uma produção de 30% a 40% a mais já para 2008, fora o que vem vindo de instalação”, explicou ele.

“Sem dúvida, o horizonte que tínhamos de trabalhar em 2008 com 2% de mistura já está claramente alcançado com chance de ser muito maior do que isso. A idéia é de que seja flexibilizado esse modelo, permitido que quem queira fazer mais, faça mais”, acrescentou.