A história do setor sucroenergético brasileiro e de suas conquistas têm tudo para servirem de estímulo para o crescimento de uma cadeia produtiva similar no continente africano. Esta é a avaliação de Eduardo Leão de Sousa, diretor Executivo da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), ao comentar o artigo “The Benefits of Sugarcane Chain Development in Africa”, publicado em fevereiro no portal da International Food and Agribusiness Management Association (IFAMA).
Encomendado pela Organização das Nações Unidas (ONU) e escrito pelos especialistas brasileiros em agronegócio Marcos Fava Neves, Marcos Chaddad e Fábio Ribas, o documento aponta como a cana-de-açúcar pode contribuir para o desenvolvimento da África, através da produção de combustível renovável e dos demais derivados.
“Muitos países africanos possuem, além da mão-de-obra abundante, solo e clima propício para o plantio da cana. Aspectos que tornam as terras um cenário ideal para se estimular a ampliação do setor sucroenergético. E por todo o seu histórico, é coerente que o modelo adotado no Brasil seja usado como exemplo,” explicou Leão.
Segundo Fava Neves, além de utilizarem as práticas já adotadas por aqui, os africanos podem usufruir das tecnologias consagradas nos canaviais brasileiros.
“O aumento da produção por lá seria para a indústria nacional uma ‘faca de dois gumes’. Ganha o etanol, que com mais países produzindo fica mais próximo de se tornar uma commodity global. Ganham os africanos, ao terem mais açúcar e um combustível renovável como ferramenta para a diminuição das emissões de gases de efeito estufa (GEE). Beneficiam-se também as empresas brasileiras, que poderão exportar, além do conhecimento sobre a cana, máquinas que facilitarão o dia a dia do produtor da África,” destacou.