O Brasil passa por um momento decisivo no setor sucroenergético. A baixa produtividade registrada nos últimos ciclos fez com que em 2012 fosse preciso importar mais combustível fóssil. Tal recurso é utilizado, geralmente, somente no período de entressafra da cana-de-açúcar, quando a oferta é menor e o consumo aumenta.
Segundo Paulo Costa, diretor-executivo da AgropCom, empresa especializada em análise e consultoria para o agronegócio na área de grãos e mercado sucroenergético, no que diz respeito ao etanol, o risco de desabastecimento não existe.
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“Nesta entressafra que se aproxima não se antevê problema de abastecimento de etanol, nos EUA e no Brasil. O grande período de consumo de combustíveis no Hemisfério Norte já passou e cai acentuadamente no inverno. Os estoques de milho e a produção de etanol nos EUA são confortáveis para abastecer o mercado local sem depender de importações. Aqui no Brasil, temos uma safra atrasada, que só agora está alcançando os números de produção do ano passado e que deve ser maior em quase vinte milhões de toneladas de cana-de-açúcar quando comparada com a safra passada”, ponderou.
Sobre o abastecimento no mercado mundial, o especialista se mostra tranqüilo com o cenário apresentado. “Esta queda de produção nos EUA não tem qualquer impacto no mercado internacional. Hoje EUA e Brasil estão obrigatoriamente muito mais voltados para o atendimento de seus mercados internos e suprimento da demanda doméstica e o mundo não tem contado com as importações de etanol desses dois maiores produtores. A própria União Européia revisou suas metas de substituição de combustíveis fósseis por renováveis e a crise econômica acaba por fazer sua parte e cortar o consumo”.
