A indústria sucroalcooleira nacional deve esmagar entre 558,1 e 579,8 milhões de toneladas de cana-de-açúcar na safra 2008/09, volume 11,3% a 15,6% superior ao ciclo passado, quando foram processadas 501,5 milhões de toneladas. A estimativa foi divulgada hoje (29) pelo presidente da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), Wagner Rossi, durante a 15ª Agrishow, que acontece até o dia 3 de maio em Ribeirão Preto, SP.
A safra será mais alcooleira, com 309,8 a 321,9 milhões de toneladas de cana destinadas ao etanol, volume capaz de produzir de 26,45 a 27,49 bilhões de litros de álcool. Já a fabricação de açúcar deverá utilizar de 248,3 a 257,9 milhões de toneladas de cana para produção de 33,87 a 35,16 milhões de toneladas.
A colheita deste ano deverá ser a maior da história, com projeção de 607,8 a 631,5 milhões de toneladas, 8,8% a 13,1% superior ao ciclo 2007/08, quando foram colhidas 558,5 milhões de toneladas. De acordo com o secretário de Produção e Agroenegia do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), Manoel Bertone, o crescimento desta safra se deve ao cultivo de novas áreas, que saltou de 7 para 7,8 milhões de hectares, principalmente pelo avanço da cultura em pastagens.
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Segundo Wagner Rossi, o Brasil possui hoje 276 milhões de hectares de terras cultiváveis, sendo 72% ocupadas por pastagens naturais ou cultivadas, 16,9% para plantação de grãos e somente 2,8% para cana. “Esse quadro mostra que a cultura da cana-de-açúcar mantém um comportamento normal, com potencial de serampliada em áreas de pastagens”, afirma.
A produção de álcool anidro, misturado à gasolina na proporção de 25%, deverá ficar entre 9,6 e 10 bilhões de litros de álcool este ano, diante dos 8,6 bilhões de 2007. Já a de hidratado, usado nos veículos movidos a álcool ou flexfuel, deverá alcançar de 16,9 a 17,5 bilhões de litros, frente aos 14,4 do ano passado.
O crescimento é atribuído ao aumento da circulação de veículos flexfuel, cuja venda mensal representa atualmente 85% dos veículos novos. A frota brasileira ultrapassa 5 milhões de unidades. Em relação às exportações, de acordo com a Conab, o álcool deverá participar este ano com 4,2 bilhões de litros, sendo a maior parte (2,5 bilhões) para o Estados Unidos.
