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Brasil dá uma esperança aos produtores de álcool

O Brasil, maior produtor de açúcar do mundo, está se preparando para produzir álcool para o crescente mercado de combustível asiático em Queensland, Austrália. O cônsul geral brasileiro na Austrália, Arnaldo Carrilho, confirmou a intenção de fazer Joint Ventures com as companhias australianas para produzir o combustível verde feito da cana-de-açúcar. Os delegados do governo brasileiro visitaram as áreas de plantação de cana em Queensland para avaliar seu potencial.

Produtores de Buderkin, a maior comunidade de açúcar, disseram que os planos brasileiros a respeito do álcool podem ser a solução para a indústria em problemas.

Margaret Menzel, ativista do açúcar em Burdekin disse: “As Joint Ventures podem oferecer uma solução de médio à longo prazo para os problemas da indústria de açúcar. As Ventures poderão reduzir a alta exposição no meio corrupto do mercado de açúcar e proporcionar o equilíbrio das bonificações para o Governo Federal.”

Carrilho, que chegou na Austrália em setembro, disse que tem instruções específicas de seu presidente e do ministro do comércio, para promover prioritariamente o álcool. “É parte da minha missão ajudar a transferir para a Austrália os avanços tecnológicos que tivemos na produção do álcool no Brasil”, disse ele.

Queensland foi alvo para estabelecimento da usinas de álcool por causa de sua proximidade com a Ásia e reputação confiável nos negócios.

Na noite passada, plantadores de cana de açúcar e produtores esboçaram um plano contendo quatro tópicos de sobrevivência para suas indústrias em uma série de encontros com o Primeiro Ministro John Howard e outros ministros seniors.

O Ministro da agricultura Warren Truss disse que o governo reconheceu que grande parte da indústria poderia ter um colapso e prometeu uma nova assistência para o setor dentro de algumas semanas.

A delegação dos plantadores e moedores de cana, pediram uma ajuda financeira imediata para socorrer os fazendeiros para “satisfazer suas necessidades básicas”. Eles também pediram fundos para reestruturação industrial permitindo que alguns desistam de suas fazendas sem grandes débitos remanescentes e outros pediram fundos para diversificação. A indústria também solicitou fundos transicionais para ajudá-la a sobreviver por mais “dois ou três anos” até que a reestruturação esteja completa.

Truss disse que o Primeiro Ministro “ouviu atentamente” aos plantadores, e ainda reforçou a garantia de assistência governamental.

“Ele não pode dizer quanto dinheiro o Governo Federal está preparado para investir na indústria, mas disse que os $600 milhões solicitados pelos Plantadores de Cana de Queensland foi um valor obviamente grande”.

Entretanto, o Governo brasileiro promoveu fundos para uma viagem à uma feira comercial promotora do álcool – cuja abertura na Autrália será por volta do mês de junho.

Mais de 3 bilhões de litros de álcool são comercializados em todo o mundo.

O Japão se destacou como o maior importador em 2001 com mais 450 bilhões de litros. Espera-se que o Japão legisle o aumento da mistura do álcool no combustível, provocando um aumento também no consumo.

Estudos preliminares realizados pela companhia de açúcar CSR, mostraram que não foram encontradas barreiras para se construir uma destilaria de álcool na propiedade da Pioneer Mill, localizado em Burdekin.

Tanto o Governo Beattie, quanto a oposição têm encorajado oficialmente a produção do álcool em Queensland.

O líder da Oposição, Lawrence Springborg, anunciou uma apólice pré-eleições que visa o aumento da mistura de 10% de álcool no combustível.

O ex-ministro de desenvolvimento, Tom Barton, veio ao Brasil no ano passado para analisar a indústria do álcool e disse que esta pode desenvolver um papel importante em Queensland.

No Brasil, a General Motors e a VW importam carros movidos 100% à álcool.