O Brasil vai cobrar da Europa uma explicação sobre se os programas bilionários de subsídios que as indústrias da região recebem, além dos pacotes de resgate, estão a violar as regras internacionais do comércio. A cobrança faz parte de sabatina da política europeia que ocorre a cada dois anos no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC) e começa amanhã. – A crise de 2008 fez com que vários países estabelecessem pacotes de ajuda a dezenas de empresas e setores. O temor de diversos parceiros da Europa é de que essas medidas estão distorcendo a competitividade internacional sob a alegação de que setores inteiros ainda precisaram ser resgatados da crise.
As críticas do Brasil aos europeus vêm poucas semanas depois que um relatório da OMC revelou que o governo brasileiro foi o que mais adotou barreiras ao comércio nos últimos seis meses, em um sinal de recrudescimento da pressão protecionista. O Brasil quer mo strar que as políticas europeias distorcem o comércio de uma forma muito mais profunda que as barreiras impostas por Brasília. As autoridades brasileiras também cobrarão uma explicação sobre as exigências europeias na importação do etanol.
Outra cobrança do Brasil se refere às barreiras europeias ao etanol. A UE estabeleceu exigências ambientais para autorizar a entrada do biocombustível e criou um teto para as emissões de gases geradas na produção do produto. O Brasil quer saber como essas exigências são compatíveis com as regras do comércio e quais foram as bases científicas para as exigências.