Mercado

Brasil busca reduzir déficit com Argélia

O saldo da balança entre os dois países é hoje favorável aos argelinos em US$ 2 bilhões. As exportações brasileiras para a Argélia devem crescer em US$ 500 milhões nos próximos dois anos. A projeção é do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan. De janeiro a outubro deste ano as vendas atingiram US$ 340 milhões, 18,4% maior que a registrada no mesmo período do ano passado. O ministro está liderando uma missão com mais de 40 empresários com o objetivo estreitar as relações entre os dois países e diminuir o déficit comercial do Brasil, hoje em US$ 2 bilhões. A chance, disse Furlan, está nos US$ 60 bilhões que a Argélia pretende investir nos próximos cinco anos, especialmente em infra-estrutura. “Precisamos nos apresentar, mostrar o que temos.”

Para aumentar as afinidades entre os dois países o ministro fez quatro sugestões: criação de linhas de crédito mútuas; ligação aérea entre os dois países; ampliação do transporte marítimo; e outra missão comercial, desta vez da Argélia para o Brasil. Esta já é a segunda missão que o Brasil realiza naquele país.

A Argélia passa por um momento de importante crescimento econômico – mais de 5% este ano – que gera divisas para investimentos. O ministro das Participações e da Promoção dos Investimentos da Argélia, Abdelhamid Temmar, se mostrou receptivo às parcerias com brasileiros, mencionando inclusive a possibilidade de uma associação entre uma empresa brasileira com a estatal de veículos do país. Com relação a estatais, o governo argelino possui cerca de mil empresas e boa parte delas será privatizada. “Ficamos felizes em convidar o Brasil para essa aventura da construção do país, afirmou Temmar. Em contrapartida, Furlan disse que o Brasil está muito interessado em participar dos investimentos, especialmente em infra-estrutura, considerados prioritários pelo governo argelino. Temmar fez, inclusive, um apelo para que empresas brasileiras se instalem no país, em associação com companhias argelinas. No setor de energia há um interesse especial em parcerias para o fornecimento de etanol. A Argélia é um dos principais produtores de petróleo do mundo e 98% do que o Brasil compra de lá é petróleo e nafta.

Um dos objetivos da missão foi apresentar a experiência brasileira com energia renovável, de etanol a hidrelétricas.