Uma missão de empresários brasileiros, organizada pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), Ministério das Relações Exteriores, Sebrae e Veirano Advogados, inicia hoje uma série de encontros na Austrália. Na pauta, a tentativa de estabelecer acordos na área do etanol.
As negociações com a Austrália se somam a outras tentativas brasileiras de difundir a idéia do álcool combustível, com o objetivo de abrir espaço para a venda da tecnologia brasileira, de equipamentos fabricados aqui e, em alguns casos, até para a exportação do produto. O assunto já vem sendo discutido com os governos da China, Tailândia e Alemanha.
Os esforços para divulgar o programa brasileiro do álcool combustível na Austrália começaram em abril, quando o setor comercial do Consulado Geral do Brasil em Sidney participou de seminários para promover o etanol nas principais regiões canavieiras do país.
O principal objetivo da missão, que visitará a região de Queensland, onde estão localizadas 95% das indústrias canavieira do país, é estimular a formação de parcerias para produzir etanol na Austrália com tecnologia brasileira.
Localização Estratégica
“A idéia é mostrar o sucesso da experiência brasileira em toda a cadeia produtiva do álcool, desde nossas tecnologias para o plantio da cana-de-açúcar, até o processamento do álcool e depois sua utilização como combustível”, explica o diretor adjunto do Centro Internacional de Negócios da Firjan, Marco Hupe, que integra a missão. Por sua localização, a Austrália é estratégica nas pretensões brasileiras. “Podemos usar a Austrália para atingir outros mercados importantes, principalmente o Sudeste Asiático.”
No Japão, um dos países potencialmente compradores do álcool brasileiro, a legislação já permite a mistura de 3% de etanol na gasolina e o governo do país estuda aumentar para 10% nos próximos anos.
Além de buscar um mercado para as empresas brasileiras, outro objetivo da missão é despertar o interesse australiano no Brasil. “Se for interessante, também poderiam ser formadas parcerias para que as empresas australianas investissem no Brasil na área de açúcar e álcool”, diz. Hupe cita a região norte do Rio de Janeiro, entre Campos e Macaé, como ideal para receber este tipo de investimento. “As indústrias australianas deste setor poderiam se instalar na região que já é produtora de cana.” A missão empresarial fica até o dia 23 de agosto na Austrália.