Queixa é contra os subsídios agrícolas, mas o centro do debate é o milho, de onde se extrai o combustível Genebra – O Brasil inicia uma disputa que poderá minar os mecanismos que permitem a produção do etanol nos Estados Unidos. Na semana que vem, o Itamaraty e a Casa Branca fazem a primeira reunião sobre a queixa do Brasil na Organização Mundial do Comércio (OMC) contra os subsídios agrícolas dos EUA.Um dos principais temas será o programa de subsídios à produção de milho destinada ao etanol. Nos EUA, um número cada vez maior de políticos que querem chegar à Casa Branca em 2008 se declaram a favor do etanol. Mas pesquisas alertam que o interesse desses candidatos se baseia na estratégia de agradar ao lobby dos produtores de milho, que querem novos subsídios nos próximos anos em troca de votos.A decisão do governo brasileiro foi a de atacar todos os subsídios americanos, principalmente, diante da falta de avanços na rodada de negociações da OMC. Além do milho, a ajuda ao algodão, açúcar, soja e outros produtos serão alvo do bombardeio. O caso foi inicialmente aberto pelo Canadá contra os americanos, mas já conta com outros interessados, entre eles a Índia.Se o centro da disputa são os subsídios agrícolas, a realidade é que a guerra acabará contestando a base da produção americana de etanol, ainda que Brasília e Washington tenham, no início do ano, estabelecido uma parceria estratégica para promover o biocombustível no mundo. Segundo a Global Subsidies Iniciative, os americanos destinam ao etanol subsídios de até US$ 7,3 bilhões por ano, tanto na forma de recursos para a produção como em incentivos fiscais. “Parte desses subsídios é a ajuda que os produtores de milho recebem”, afirma um especialista da entidade.“Se o Brasil contesta os subsídios ao milho, inevitavelmente está atingindo a produção de etanol nos Estados Unidos “, afirma a organização.O Itamaraty afirmou, ao Estado, estar consciente do impacto que sua contestação terá para a produção de etanol nos Estados Unidos. O que o Brasil alega é que o volume de subsídios dado pelos americanos ao milho já ultrapassou o teto estabelecido pelas regras da OMC e nos próprios compromissos da Casa Branca assinados nos anos 90.O questionamento ocorre em um momento importante no debate sobre o futuro dos subsídios nos próximos quatro anos nos Estados Unidos. O Congresso americano está votando o assunto e várias propostas foram apresentadas sobre o futuro do apoio aos produtores de milho.Se a reunião da próxima semana não chegar a um entendimento, o Brasil deverá, então, pedir que árbitros internacionais julguem as práticas americanas diante das alegações de violações das regras da OMC. Fonte: Estado de São Paulo
Mais Notícias
Mais artigosLogistica
Terminal recém-inaugurado pela LDC pode receber até 6 mil toneladas de açúcar por dia
Terminal da LDC se tornará um novo modal logístico para as usinas localizadas no Centro-Sul do país, ao permitir o escoamento da produção de açúcar ao Porto de Santos via modal ferroviário
Mercado
Conheça as usinas que fabricam açúcar orgânico e podem ser prejudicadas com "tarifaço"
Com as novas tarifas impostas pelo governo dos Estados Unidos, a taxação do produto pode chegar a 98%
Administração
Como a Usina São Manoel dobrou lucro na safra 2024/25?
Usina fecha safra 2024/25 com lucro líquido de R$ 216,8 milhões e reforça investimentos em eficiência e sustentabilidade diante das incertezas para 2025/26
Indústria
Estoques de açúcar no Brasil caíram em 27%; entenda os motivos
Queda nos estoques e açúcar no Brasil foi registrada pela Secex em julho
Mercado
CRV Industrial mineira intensifica ações de prevenção e combate a incêndios
Usina de Capinópolis da CRV investe em tecnologia, capacitação de brigadistas e integração comunitária para reduzir riscos
Etanol
Nordeste deve ganhar primeira biorrefinaria de bambu para etanol 2G das Américas
Projeto de biorrefinaria de bambu para etanol 2G é da brasileira 4WOOD Biotech