O proprietário do grupo Virgin, Richard Branson, planeja usar biomassa como combustível verde para abastecer a frota de aviões da Virgin Atlantic Airways, a segunda maior companhia aérea da Grã-Bretanha em vôos de longa distância.
“Estamos procurando fontes alternativas de combustível. Nossa idéia é implantar uma fábrica para produzir etanol celulósico a partir de restos vegetais”, declarou o empresário britânico nos Emirados Árabes, ontem, depois de se reunir com autoridades governamentais para discutir, entre outras coisas, a ampliação dos vôos da empresa para o Golfo Pérsico.
Richard Branson, dono também da Virgin Records e de outros negócios na Europa e nos Estados Unidos, é conhecido pelo seu lado de aventureiro. Ele continua a fazer negócios dentro de um barco ancorado no rio Tâmisa, exatamente como no início da carreira como empresário. Alguns anos atrás, tentou fazer uma viagem de circunavegação em um balão, mas acabou sendo resgatado no mar antes de completar a primeira parte da aventura.
Dizendo-se cansado da escalada nos preços da gasolina de aviação, Branson disse que o uso do etanol seria uma forma de a Virgin reduzir seus gastos com combustível. Branson não disse onde as fábricas serão instaladas nem quão economicamente viável será o etanol celulósico. “Estamos no início”, admitiu. “O etanol celulósico é 100% inofensivo ao meio ambiente e acredito ser o combustível do futuro. Nos próximos 20 ou 30 anos , penso eu, o novo combustível substituirá as fontes convencionais extraídas do subsolo.”
Segundo Richard Branson, o etanol celulósico é um derivado obtido dos resíduos de plantas, os restos que ficam no campo depois da colheita das lavouras e são queimados.
A Virgin Atlantic é a segunda companhia aérea da Grã-Bretanha em vôos de longa distância e pertence ao Grupo Virgin, que tem negócios também nas áreas de trens, serviços financeiros, bebidas, música, operação de telefones celulares e carros, com receita anual superior a US$ 7 bilhões.
Além de possuir 51% de participação na Atlantic, o grupo Virgin também detém ações na Virgin Cargo, Virgin Nigeria e Virgin Blue, da Austrália, com uma frota de quase 100 aeronaves.