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BP quer concluir compra da CNAA até junho

A BP espera concluir ainda neste semestre a compra da Companhia Nacional de Açúcar e Álcool (CNAA), que foi anunciada semana passada por US$ 680 milhões. O montante envolve não apenas a participação de 83% na CNAA, mas também a dívida da empresa que foi assumida pela BP, cujo valor não foi divulgado.

A companhia britânica já concluiu os trabalhos de due diligence e – após firmar o acordo de aquisição das fatias de dois fundos de investimento – espera agora o aval dos órgãos reguladores para finalizar o negócio.

A transação dá à BP o controle de duas usinas de açúcar e álcool em Itumbiara (GO) e Ituiutaba (MG), além de uma terceira unidade que está sendo construída em Campina Verde, também em Minas Gerais.

A meta é triplicar a capacidade de moagem – de 5 milhões para 15 milhões de toneladas de cana-de-açúcar -, o que permitirá a produção anual de 1,4 bilhão de litros de etanol.

“Vamos buscar fazer isso no menor tempo possível”, afirmou Mario Lindenhayn, presidente no Brasil da divisão de biocombustíveis da BP, durante teleconferência com jornalistas.

A meta leva em conta o início das operações em Campina Verde, além de um plano de dobrar no futuro a capacidade de moagem das três usinas – para 5 milhões de toneladas cada uma.

Durante o evento, Lindenhayn evitou estabelecer prazos para os projetos, assim como não detalhou os investimentos necessários para o grupo atingir sua meta de estar entre os maiores produtores de etanol no Brasil em um prazo de 10 anos.

Segundo ele, a estratégia de distribuição no país estará centrada no mercado doméstico, embora existam planos de também explorar oportunidades de suprimento no exterior.

Conforme Lindenhayn, a BP passou a se interessar pelos ativos da CNAA há cerca de um ano, mas as negociações só começaram durante o segundo semestre de 2010. A aquisição é a maior da BP no campo de energias alternativas, setor em que o grupo investiu US$ 1,5 bilhão de 2006 a 2010.

No Brasil, a companhia pretende manter sua participação de 50% na usina Tropical, em Edéia (GO), onde tem como sócios a Dreyfus e a Brasil Ecodiesel – que dividem a metade do capital remanescente. “É um excelente ativo e continuamos apoiando o crescimento desse ativo”, assinalou Lindenhayn.

Segundo estimativas da BP, a produção mundial de biocombustíveis vai mais do que triplicar em 20 anos, chegando a 6,5 milhões de barris de óleo equivalente por dia. O grupo acredita que os biocombustíveis morderão 40% do aumento na demanda global por combustíveis para transporte rodoviário.

(Eduardo Laguna | Valor)