A segunda versão da AgroCana (Feira de Negócios e Tecnologia da Agricultura da Cana-de-Açúcar), entre os próximos dias 22 a 25 deste mês em Sertãozinho, ocorrerá em meio a um ambiente favorável para o setor de álcool.
As exportações do álcool anidro (para mistura à gasolina) enfim deverão deslanchar e estima-se que no próximo ano cerca de 1,5 bilhão de litros saia das fábricas com destino ao exterior. Países como os Estados Unidos, Japão e China estão firmes no uso do álcool como aditivo e o Brasil só tem a ganhar com isso. São boas notícias que surpreendem os produtores que, pouco antes da safra, temiam por uma oferta de cana-de-açúcar superior à demanda, com a inevitável queda de preços.
Nem os preços caíram e nem deverão recuar conforme avance a safra 2004-2005, que está na metade do segundo mês na região Centro-Sul (no Norte e Nordeste o ciclo vai de setembro a março).
Lançamento
“A feira ocorre em uma hora muito boa”, afirmou Manoel Ortolan, presidente da Orplana (Organização dos Plantadores de Cana do Estado) – com 21 mil produtores associados – e da Canaoeste, cooperativa com sede em Sertãozinho e que agrega pouco mais de dois mil plantadores. Ortolan participou ontem de manhã do lançamento da feira para a imprensa, no Centro Empresarial Zanini, em Sertãozinho.
“Com o aumento das exportações, o álcool cria oportunidades e a AgroCana é uma chance de se vir a Sertãozinho para conhecer de perto o setor”, disse Ortolan.
A feira que começa na próxima terça-feira reunirá atrativos e boas chances de negócios. “Teremos 110 expositores, ante os 95 do ano passado”, disse Augusto Balieiro, um dos diretores da Mutiplus, empresa de Ribeirão Preto responsável pela organização da AgroCana e da Fenasucro (Feira Internacional do Setor Sucroalcooleiro), com foco na indústria e realizada em setembro também na cidade.
Previsões
Conforme Balieiro, a previsão é de negócios da ordem de R$ 150 milhões, R$ 50 milhões acima do movimentado na feira de 2003. Desse montante, mais de R$ 40 milhões deverão sair do balcão de negócios montado pela Copercana, cooperativa de Sertãozinho que promete centenas de produtos com preços e condições especiais.
“O crédito rural deste ano está difícil, mas os bancos conseguiram volume para compras a prazo”, informou Antônio Eduardo Tonielo, presidente da Copercana e da AgroCana. Segundo ele, neste ano o País precisa de R$ 100 milhões de crédito rural, mas até o momento dispõe de R$ 30 milhões. “Mas o governo federal deve anunciar novos volumes”.
Além da Copercana – e de sua associada financeira Cocred -, a AgroCana, conforme Balieiro, também contará com a participação do Bradesco. “Mas muitos dos expositores já têm linhas negociadas com outros bancos”, comentou.
Focada especificamente para a cultura canavieira, a AgroCana confirma a importância de Sertãozinho no mercado de eventos técnicos. “Das quatro feiras do setor existentes no País, duas delas ficam na cidade’, disse Balieiro, referindo-se à feira que começa dia 22 e à Fenasucro. Araçatuba e Piracicaba sediam as duas outras.
Feira deverá movimentar R$ 4,5 milhões na regiãoCerca de R$ 4,5 milhões deverão ser movimentados em Sertãozinho e região pelos cerca de 15 mil visitantes técnicos (dos quais 13 mil já estão pré-credenciados) que deverão visitar a 2ª AgroCana, que oferece acesso gratuito e cuja exposição, no Parque de Exposições Alcides Canesin, ficará aberta entre as 13h e 21h.
O volume de recursos, conforme Augusto Balieiro, da Multiplus, não é preciso, mas “conservador”.
Para chegar ao número, estima-se que o expositor e os visitantes gastem por dia R$ 150, entre estadia, refeições e locação de veículos.
Fórum de Abertura
A previsão de número de visitantes, no entanto, não soma quem participar do chamado Fórum de Abertura, a ser realizado entre a segunda-feira, dia 21, e a terça-feira, dia 22, no Teatro Municipal Olympia Faria de Aguiar Adami, em Sertãozinho. Serão dois dias de debates que, segundo o coordenador José Eduardo Molina, permitirão uma profunda discussão acerta do setor sucroalcooleiro.
Da mesa de debates participarão, entre outros, Pedro de Camargo Neto, ex-secretário de produção e comercialização do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) no governo Fernando Henrique Cardoso.
Ele tratará das perspectivas das negociações comerciais internacionais e a visão do setor agrícola brasileiro.
Além das discussões, a AgroCana oferecerá simpósio de tecnologia de aplicação de defensivos, encontro nacional das entidades do setor e até demonstração aérea durante as chamadas dinâmicas (demonstrações) de campo.
A programação da feira está no site www.agrocana.com.br .