A National Commodity & Derivatives Exchange, a segunda maior bolsa da Índia, tem planos de elaborar o primeiro índice de mercados futuros e opções de commodities do país, devido à explosão das matérias-primas, que se estende pelo sétimo ano.
A bolsa pretende começar este ano a monitorar os dados relativos a suas commodities mais negociadas, seguida pelo acompanhamento de setor, clima e contratos de gás natural e carvão, disse em entrevista em Mumbai P.H. Ravikumar, diretor-gerente da instituição. As primeiras opções permitirão que os operadores apostem nos preços futuros de algodão, aço e açúcar, disse.
A Índia, segundo maior produtor mundial de trigo, arroz e açúcar e maior consumidor de ouro, permitiu no mês passado que os índices futuros de commodities reflitam os produtos em Londres, Chicago e Nova York. Ravikumar, 56, quer começar os contratos depois que a bolsa perdeu a sua liderança para a MCX (Multi Commodity Exchange of India), de Mumbai, a terceira maior bolsa de metais preciosos do mundo.
“Esses índices vão despertar muito interesse entre os investidores e os hedgers”, disse. “Perdemos para a MCX ao optarmos pelo foco nas commodities agrícolas. Minha expectativa é que os índices de commodities ajudem a impulsionar os nossos negócios”.
A National Exchange representava cerca de 20% do movimento de 36 trilhões de rúpias (US$ 900 bilhões) das 23 bolsas de mercadorias da Índia nos 11 meses até o fim de fevereiro, segundo o órgão regulador do setor, a Comissão de Mercados Futuros Forward Markets Commission.
O Goldman Sachs Group é proprietário de 7% e a Intercontinental Exchange, de 8% da bolsa. A MCX, que pertence parcialmente à Fidelity International, ao Citigroup e à Nyse Euronext, é dona de 80% das ações.
Em 8 de fevereiro deste ano a Índia permitiu que os investidores negociem contratos futuros e opções em mais de 50 commodities, entre elas ouro, açúcar, café e algodão. Opções são contratos que garantem o direito, mas não a obrigação, de compra ou venda de uma quantidade específica de um contrato específico dentro de um período determinado com antecedência.
Os investimentos globais em commodities cresceram quase 33%, para US$ 175 bilhões, no ano passado, segundo o Barclays Capital. Em uma conferência de investidores realizada este mês em Barcelona, 34% dos gerentes de fundos disseram que pretendem que mais de 10% de seus ativos estejam aplicados em commodities em três anos. Isso representa uma alta em relação aos 22% de 12 meses antes e aos 19% de 2006.
O Índice UBS Bloomberg Constant Maturity, de 26 matérias-primas, atingiu um nível recorde em 9 de janeiro e teve alta de 15% este ano. Em 2007, esse índice cresceu 22%, no sexto ano consecutivo de alta. A National Exchange começará com um índice atrelado às suas 20 commodities mais comercializadas, disse Ravikumar.