A Bolívia iniciou na segunda-feira aconstrução de uma usina que lhe permitirá extrair gásliquefeito de petróleo e gasolina natural do gás que o paísatualmente exporta para o Brasil. Os derivados serão usados noconsumo interno.
A obra vai durar um ano e custar 86 milhões de dólares, acargo do consórcio argentino-boliviano Catler Uniservice, dissea estatal YPFB na assinatura do contrato no local da futurausina separadora, em Rio Grande, Departamento de Santa Cruz.Ali fica o ponto inicial do gasoduto por onde atualmente aBolívia envia cerca de 30 milhões de metros cúbicos de gásnatural ao Brasil.
Por falta de usina separadora, a Bolívia exporta ao Brasilgás natural misturado com gás liquefeito e gasolina, mas até oano passado o Brasil só pagava pelo gás natural, segundo ogoverno boliviano.
Depois da nacionalização dos combustíveis decretada em maiode 2006, a Bolívia conseguiu que o Brasil aceitasse pagar pelosdois líquidos agregados ao gás natural, o que rendeu a La Pazquase 200 milhões de dólares no ano passado, quase um quinto doque foi pago pelo gás natural bombeado até São Paulo.
“A separação de líquidos é um avanço a mais nanacionalização e constitui um passo para a industrializaçãopetrolífera”, disse o presidente da YPFB, Santos Ramírez.
A futura usina terá capacidade para gerar até 360 toneladasde GLP e 450 barris de gasolina por dia, sem afetar os volumesde gás natural fornecidos ao Brasil, acrescentou.
A YPFB estuda a construção de uma usina semelhante perto dafronteira com a Argentina, como parte de um projeto deexportação de até 27,7 milhões de metros cúbicos diários de gásnatural para esse país.