O presidente da Bolívia, Carlos Mesa, disse estar disposto a negociar o problema da exportação de combustíveis com as companhias estrangeiras e espera conseguir um acordo apesar das ressalvas ao projeto de lei petrolífera.
Em entrevista à EFE, Mesa disse que falou sobre isso com o presidente do governo espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero, na conversa mantida em Nova York em paralelo aos trabalhos da Assembléia Geral da ONU, da qual ambos participaram.
O problema com as petrolíferas surgiu em virtude da reforma na Lei de Combustíveis proposta pelo Executivo boliviano depois de um referendo realizado no dia 18 de julho, que estabelece uma alta tributária de cerca de 50% para as empresas.
Este é “um dos temas mais sensíveis do projeto de lei”, reconheceu o presidente, acrescentando que seu governo destacou a necessidade de uma adequação dos contratos sob a antiga lei à nova em um prazo de 180 dias.
“Expliquei a Zapatero que não há, por parte da Bolívia, uma intenção de ir adiante com este adequação de contratos sem um consenso, sem um acordo das petrolíferas”, disse. Mesa disse duvidar que as petrolíferas abandonem a Bolívia, como algumas insinuaram, porque “são investimentos muito importantes” e porque o cenário agora é mais favorável que antes.
Além disso, disse que conta agora com um elemento importante: é que, depois do referendo, foi eliminado o elemento de incerteza que havia sobre se a Bolívia exportaria ou não seu gás.