O governo da Bolívia acusou as multinacionais petrolíferas que operam no país de boicote, dada a atual escassez de diesel na região ocidental do país. A acusação foi feita pelo vice-ministro de Prospecção e Produção de Hidrocarbonetos, Julio Gómez Menacho, que culpou as companhias transnacionais pela falta do combustível e de resistirem à nacionalização decretada no último dia 1º de maio. Os motoristas de ônibus e caminhões, a maioria de cidades como La Paz, El Alto e Santa Cruz, reclamam há vários dias que os postos de não combustível o suficiente.
A escassez “é um boicote das petrolíferas neste momento de reconstrução nacional, no qual o Governo fixou definitivamente a visão e a missão que os hidrocarbonetos podem ter”, disse Gómez à Agência Boliviana de Informação (ABI). O vice-ministro afirmou que a falta do combustível é motivada pelos “interesses “extranacionais” do neoliberalismo”.
Em maio, o presidente da Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB), Jorge Alvarado, afirmou que a Petrobras era responsável pela falta do diesel. A estatal brasileira anunciou na quarta-feira, em La Paz que, a partir do dia 1º de julho, vai abandonar a distribuição atacadista de combustíveis na Bolívia, devido à vigência de um dos efeitos da nacionalização dos hidrocarbonetos. A distribuição em todo o país ficará a cargo exclusivamente da estatal boliviana YPFB.
Na terça-feira, o ministro de Planejamento do Desenvolvimento da Bolívia, Carlos Villegas, afirmou que a Petrobras foi a única empresa estrangeira que ainda não acatou o decreto de nacionalização das reservas do país assinado pelo presidente Evo Morales dia 1° maio deste ano. O ministro acrescentou que todas as demais petrolíferas, entre elas a Repsol YPF, British Gas, British Petroleum e a Total estão em processo de negociação com o governo boliviano.