Fabricante espera dominar tecnologia que reduzirá em 50% gases de CO² entre 5 e 10 anos. Os biocombustíveis poderiam ser usados na aviação comercial em um prazo de cinco a dez anos, o que levaria o transporte aéreo a reduzir em 50% as emissões de CO² na atmosfera, principal causa da mudança climática. A afirmação foi feita ontem por Bill Glover, diretor-geral da Estratégia para o Meio Ambiente da fabricante norte-americana Boeing durante um café da manhã.
No evento, ele ressaltou o compromisso da companhia na maximização do rendimento ambiental de seus aviões, o que faz com que a empresa dedique mais de 75% de seu orçamento à área de pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias.
Segundo Glover, em 2008 serão realizados os primeiros testes do uso de biocombustíveis em aviões, e, dependendo de seus resultados, a disponibilidade comercial demoraria de 5 a 10 anos.
Visão otimista
A idéia é começar com uma mistura de biocombustíveis e combustível normal em um percentual pequeno que aumentaria progressivamente, explicou Glover, que admitiu que usar apenas biocombustíveis é uma visão muito otimista.
O representante da Boeing afirmou que o objetivo da companhia é fazer com que o uso de biocombustíveis nos aviões não acarrete custo adicional para os usuários. No entanto, inicialmente serão necessários recursos para cobrir o investimento que precisará ser feito.
O transporte aéreo é responsável por 1,5% das emissões de CO² dos Estados-membros da União Européia (UE), segundo dados de 2006, contra 52,8% do transporte rodoviário, ressaltou Glover.
Ele exemplificou que um carro híbrido com dois ocupantes consome em média três litros de combustível por quilômetro e passageiro, enquanto um avião (com uma média de ocupação de 80%) não chega a esse patamar.
À base de algas
Uma das áreas prioritárias da Boeing é a de pesquisa em combustíveis alternativos com baixo nível de carbono. No momento, a empresa trabalha para obter biocombustíveis a partir de algas.
Para reduzir o consumo de combustível e as emissões de CO2, a Boeing trabalha ainda em outras áreas, como o desenho de melhorias aerodinâmicas, em materiais compostos de última geração e em uma gestão do tráfego aéreo mais eficiente, disse Glover.
A empresa também faz estudos no campo de células a combustível que usam uma reação de oxigênio e hidrogênio para fornecer energia elétrica sem poluir. A tecnologia ainda não é usada na aviação comercial.