Mercado

Boa safra física no Nordeste não reflete no resultado dos ganhos ao produtor

Os fornecedores de cana do Nordeste já colheram cerca de 50% da safra

prevista para o período 2003/2004, segundo informações da União Nordestina dos Plantadores de cana (Unida). De acordo com o secretário-geral da Unida, Gregório Maranhão, os fornecedores de cana deverão ser responsáveis por uma produção de 20 milhões de toneladas de um volume total da ordem de 52,5 milhões de toneladas estimado para esta safra. Apesar da boa safra, os fornecedores se mostram preocupados com o preço pago pela tonelada de cana, que estão em queda desde o início da safra. “Em termos de volume físico a safra é bastante boa, mas em termos de preço é uma tragédia. O preço médio da tonelada de cana na Região está em torno de R$ 27,00. Este valor não cobre os custos de produção. A solução seria a liberação da taxa de equalização do setor canavieiro, algo que não está sendo cumprido pelo Governo Federal”, observa o executivo. O custo de produção conforme a Unida está girando na faixa de R$ 32,00 por tonelada. Segundo ele, caso a legislação estivesse sendo cumprida pelo Governo Federal o valor da tonelada de cana pago ao produtor estaria entre R$ 36,0 e R$ 37,00. “Este valor representaria uma remuneração entre 10% e 15% para o produtor”, avalia Gregório Maranhão. A Unida e outras entidades ligadas ao setor sucroalcooleiro nordestino afirmam que o repasse da taxa de equalização não é efetuado desde 2001. O valor estimado dos repasses chega a cerca de R$ 500 milhões.