O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) deve ajudar no financiamento do aumento da produção de etanol na América Latina, num momento em que o Brasil, maior produtor mundial, tenta ampliar o mercado para o combustível automotivo, que é fabricado a partir da cana-de-açúcar.
O banco fornecerá financiamento a empresas brasileiras interessadas em construir unidades de processamento de cana-de-açúcar em outros países, disse o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, em entrevista coletiva.
O Brasil, que possui a maior frota mundial de automóveis movidos a etanol, deve auxiliar outros países da região a reduzir sua dependência dos combustíveis a base de petróleo, disse Amorim. Além de financiar projetos relacionados ao etanol, o Brasil também poderá compartilhar tecnologias desenvolvidas pela empresa de pesquisa estatal Embrapa, disse Amorim.
“”Várias economias da região têm dificuldades para comprar petróleo”, disse Amorim durante um seminário realizado em Brasília hoje. “”O Brasil contribuirá no que puder, seja por meio de financiamentos ou pelo compartilhamento de tecnologia.” Amorim recusou-se a revelar a quantia a ser liberada ou as empresas que serão beneficiadas pelo financiamento.
Autoridades governamentais de 11 países da América Central e da região do Caribe realizarão encontro hoje no Rio de Janeiro na sede do BNDES, nos escritórios da Petrobras e no escritório da ANP (Agência Nacional de Petróleo). No grupo estarão representantes da Jamaica, da Costa Rica e do Panamá.
Na reunião do G8, em Moscou, na semana passada, o ministro Antonio Palocci (Fazenda) promoveu o Brasil como o éden dos combustíveis alternativos. Ele afirmou que o etanol brasileiro despertou interesse no secretário do Tesouro dos EUA, John Snow, e no ministro das Finanças da Rússia, Alexei Kudrin.