O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) possui em carteira 122 projetos de energia elétrica, que demandarão financiamentos de R$ 35,3 bilhões e vão possibilitar investimentos totais na economia brasileira de R$ 62 bilhões. A maior parte, cerca de 90%, destinada à geração.
Há, atualmente no Banco, 101 projetos em tramitação em geração elétrica, equivalentes a um acréscimo de 14,2 mil megawatts (MW) ao parque instalado do país, de 100 mil MW. Os novos investimentos apoiados pelo BNDES vão gerar o suficiente para abastecer uma região com cerca de 30 milhões de habitantes.
A área de energia elétrica tornou-se um dos segmentos prioritários no planejamento estratégico do BNDES, o que se refletiu em mudanças na política operacional do Banco. Os juros cobrados nos financiamentos a projetos de energia caíram de 3%, em 2005, para até 0,5% ao ano, atualmente, uma das taxas mais baixas utilizadas nas operações de crédito do BNDES. A remuneração básica máxima cobrada pelo Banco, de maneira geral, é de 3% ao ano.
Resultados consolidados
A carteira do BNDES no setor de energia de 2003 até março de 2008, incluindo projetos que ainda serão aprovados, totaliza financiamentos de R$ 65 bilhões e investimentos de R$ 112,8 bilhões. Em geração, são 229 projetos, que somam acréscimo de 29 mil MW ao setor elétrico brasileiro.
Em transmissão, os 48 empreendimentos no Banco, no período analisado somam financiamentos de R$ 8,3 bilhões. As operações acrescentam ao Sistema Interligado Nacional 15,2 mil quilômetros de extensão de linhas de transmissão, primordiais para atender ao crescimento da demanda de energia em regiões distantes dos centros.
PAC
Entre os projetos na carteira de energia do BNDES, 93 estão incluídos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que somam financiamentos de R$ 36,5 bilhões e investimentos de R$ 60,6 bilhões.
Daquele total, 59 já foram aprovados, a maior parte, 53, destinada a projetos de geração, com financiamentos de R$ 10,9 bilhões e capacidade instalada de 4,6 mil MW. O total de projetos de geração do PAC, no BNDES, permitirá acréscimo de 15,4 mil MW à capacidade instalada do país.
Entre os principais projetos já aprovados estão a Usina Hidrelétrica (UHE) de Estreito, com 1.087 MW (financiamento de R$ 2,7 bilhões), UHE Foz do Chapecó, com 855 MW (financiamento de R$ 1,7 bilhão) e UHE Simplício, com 334 MW (financiamento de R$ 588 milhões).
Em bioeletricidade, o BNDES tem em carteira oito projetos, com capacidade de geração total de 366 MW, correspondendo a financiamentos de R$ 819 milhões.
Entre os principais projetos aprovados estão a usina eólica Beberibe (financiamento de R$ 94,9 milhões e geração de 26 MW), a usina Santa Cruz, que tem como fonte de energia o bagaço de cana-de-açúcar (financiamento de R$ 121,1 milhões e 45 MW) e a usina Lorenzetti, com financiamento de R$ 152,3 milhões e 52 MW de capacidade.
Desempenho anual
Em 2007, o total de aprovações somou R$ 12,7 bilhões, representando aumento de 270% em relação ao ano anterior. Os números representam um acréscimo de 3,6 mil MW de capacidade de geração e de 2,8 mil quilômetros de linhas de transmissão.
No período, foram aprovados 28 financiamentos de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH), com capacidade de geração de 528 MW (o equivalente a uma usina hidrelétrica de grande porte), para os quais o Banco financiou R$ 1,7 bilhão. Em biomassa, as aprovações totalizaram capacidade instalada de 111 MW, com quatro projetos e financiamentos de R$ 419 milhões.