O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) deverá aumentar o financiamento para o setor sucroalcooleiro em 2008. Para este ano, o financiamento para as usinas de açúcar e álcool deverão ficar em até R$ 4,5 bilhões, um crescimento de 20% sobre 2007, quando atingiu R$ 3,7 bilhões.
O crédito inclui recursos para novos projetos de usinas, cogeração de energia e ampliação de plantas, além de tratos culturais. “O mercado de etanol é promissor e tem demanda”, disse Paulo Faveret Filho, gerente de biocombustíveis do banco.
As apostas do banco no setor refletem uma visão positiva para o setor de longo prazo. O BNDES projeta um mercado firme para o combustível até 2010 e com taxas de crescimento de 10% ao ano até 2015. Para o mercado externo, aumento de 5% ao ano.
A expectativa de demanda por álcool, numa estimativa mais conservadora, é de 34,5 bilhões de litros em 2015. Em um cenário mais otimista, chegaria a 43,7 bilhões de litros. Atualmente, está em torno de 15 bilhões de litros.
Segundo o banco, a demanda mundial por biocombustíveis deverá crescer a taxas elevadas no futuro previsível, impulsionada pela conscientização da necessidade de se deter o processo de aquecimento global, bem como pelos temores de ma possível escassez de petróleo.
No quadro de grande demanda por biocombustíveis, o Brasil se destaca como um dos maiores produtores, se não o maior. Isto se deve à combinação de condições favoráveis ao cultivo de cana e de uma demanda interna substancial, em virtude da extensa e crescente frota de veículos flexfuel.
Quanto à evolução da capacidade instalada e, por conseguinte, da oferta, deverá, considerando-se os projetos apoiados pelo BNDES, manter-se próxima da demanda. Desta forma, não é provável que se verifique excesso de álcool, em grandes proporções, até 2015.
O banco acredita que no longo prazo, as exportações brasileiras de etanol poderão se tornar muito significativas, dependendo de fatores de quantificação muito difícil no momento. Assim, por exemplo, a produção mundial de petróleo, de acordo com um número crescente de analistas, poderá estabilizar-se nos próximos anos, num quadro de expansão da demanda.