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BM&F assina parcerias para ampliar negócios

A Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) deu mais um passo para atrair investidores estrangeiros à bolsa. Vai inaugurar em fevereiro de 2004 um escritório em Xangai, na China, um passo estratégico para se aproximar dos importadores chineses da soja brasileira, disse Manoel Felix Cintra Neto, presidente da bolsa. Mas, para recrutar esses investidores, a BM&F vai fechar um acordo com a bolsa de grãos de Rosário, na Argentina, para garantir maior liquidez aos negócios. Um grupo de corretores e de operadores da bolsa argentina esteve no Brasil, há dois meses, para negociar o acordo.

Segundo Cintra, as duas bolsas vão trocar cotas de participação. Ou seja, a BM&F terá assento em Rosário e vice-versa. Em dezembro, um acordo final será fechado, quando também serão definidos os detalhes de negociação dos contratos de grãos.Com o fortalecimento das duas bolsas, acredita Cintra, os investidores estrangeiros terão mais confiança na negociação via BM&F. Se confirmadas as expectativas, a bolsa brasileira poderá impulsionar os negócios futuros com soja, atualmente com pouca liquidez. Desde novembro do ano passado, quando foram lançados, foram negociados 2,2 mil contratos. Somente os contratos de café movimentaram quase 400 mil lotes este ano.”O problema do comércio Brasil-China era a falta de conhecimento, não a distância”, afirmou Cintra.

Segundo ele, a BM&F prevê um acordo também com a bolsa de commodities de Xangai, onde a BM&F poderá transferir seu “know-how em administração de riscos”. Com a inauguração do escritório em Xangai, que consumirá investimentos de US$ 5 mil mensais, a BM&F pretende discutir com os importadores chineses de grãos a possibilidade de fazer hedging na bolsa brasileira, hoje feitos em Chicago.A BM&F também não descarta a possibilidade de fechar um acordo com a bolsa de Chicago para estimular a arbitragem com o mercado brasileiro. Outro projeto da bolsa que a ser colocado em prática serão os registros dos programas de crédito de carbono, segundo Cintra.

Atualmente, algumas empresas brasileiras, entre elas usinas de açúcar e companhias de papel e celulose, têm trabalhos aprovados por órgãos internacionais. Mas a viabilidade desses projetos depende da ratificação do Protocolo de Kioto. “A BM&F acompanha as questões ambientais e nossos estudos apontam viabilidade desses projetos”. A partir de janeiro, esses programas serão registrados na bolsa. Em um segundo momento, a BM&F poderá negociar esses contratos.