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Blumenau tem o álcool mais caro da região

Entre as grandes cidades do Estado, Blumenau é a que vende o álcool combustível mais caro da região, R$ 1,79 o litro. Comparando-se o preço médio do litro do combustível vendido em Santa Catarina, conforme o relatório da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o valor cobrado nos postos blumenauenses fica atrás somente de Concórdia, onde a média é R$ 1,81.

Além de ser o segundo mais caro entre as grandes cidades do Estado, o álcool de Blumenau tem uma variação pequena de um posto para outro. O blumenauense paga entre R$ 1,79 e R$ 1,77 o litro do combustível. Vantagem maior tem o itajaiense, que consegue abastecer pagando entre R$ 1,36 e R$ 1,89 por litro de álcool. Em relação ao preço médio – que é de R$ 1,79 em Blumenau e R$ 1,59 em Itajaí –, a diferença no valor do litro do combustível entre as duas cidades é de R$ 0,20, o que representa 11%. Essa variação é justificada pelos sindicatos da categoria.

Para o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de Blumenau (Sinpeb), Júlio César Zimmermann, que representa 42 cidades do Vale e Alto Vale do Itajaí, o preço cobrado compensa a alta carga tributária.

– O maior problema do preço dos combustíveis são os impostos. O Estado sugere que cobremos R$ 1,76 pelo litro. Deste valor, eles cobram 25% de ICMS, ou seja, R$ 0,44 é só imposto estadual, mais os federais. Apesar disso, o mercado é livre. O posto cobra o que ele acha que é certo para continuar existindo – diz Zimmermann.

Segundo ele, quando um posto vende o álcool mais baixo do que o valor base do Estado, o ICMS incide sobre R$ 1,76 e não sobre o preço praticado no posto, então, o dono do estabelecimento deve arcar com a despesa.

O presidente do Sindicato dos Combustíveis do Litoral Catarinense e Região (Sincombustíveis), Algenor Costa, afirma que a grande diferença entre os valores cobrados nos postos de Itajaí se deve principalmente a uma “guerra de preços”:

– A concorrência é acirrada, predatória. E quando a variação de preços é muito grande, a gente começa a desconfiar. Ficamos em cima para garantir a qualidade.

O diretor do Sindicato das Distribuidoras Regionais Brasileiras de Combustíveis (Brasilcom), Jefferson Melhim Abou-Rejaile, afirma que a alta carga tributária no país dá margem à sonegação e que qualquer tributo penaliza o consumidor.

– A concorrência é que gera o preço. Porém, o valor praticado em Itajaí merece atenção – considera Rejaile, de Curitiba.