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BIS: Economia na América Latina crescerá 4,8% em 2007

Basiléia (Suíça), 24 jun (EFE).- As economias da América Latina crescerão a uma média de 4,8% em 2007, lideradas pelo forte crescimento de Argentina e Venezuela, segundo o Banco para Pagamentos Internacionais (BIS).

As previsões da instituição internacional com sede em Basiléia (Suíça) foram publicadas hoje em seu 77º relatório anual, no qual analisa a situação da economia global desde o início do ano e em 2006.

As projeções representam uma desaceleração de 5,4% em relação ao crescimento do ano passado.

O BIS afirmou que “as economias de mercado emergentes registraram um forte crescimento, inflação moderada e superávit em conta corrente” no período analisado.

Na América Latina, Argentina e Venezuela vão novamente liderar em 2007 a reativação econômica, com taxas de crescimento de 7,6% e 7%, respectivamente.

O Chile crescerá 5,7% este ano, acompanhado de Brasil, com 4,2% e México, com 3,1%, de acordo com as previsões do banco.

No Brasil, a percentagem da dívida externa ou vinculada à moeda estrangeira, líquida de reservas, diminuiu de quase 39% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2002 para menos de 10% em 2006.

O BIS advertiu que existem “grandes riscos de aumento da inflação” na América Latina e previu uma taxa de inflação de 5% para 2007 em toda a região.

Segundo os cálculos do banco internacional, a Venezuela terá, este ano, um aumento de 18,9% nos preços de consumo, e a Argentina registrará 9,1% a mais.

O aumento da inflação é um dos principais riscos para as economias de mercado emergentes junto com a desaceleração da economia americana.

Por exemplo, no México, “a inflação no final de ano ultrapassou inesperadamente o limite superior de 4%, em parte pelo brusco encarecimento do milho” por sua utilização para a produção do biocombustível etanol.

Posteriormente, a alta dos preços no México também superou o limite superior estabelecido.

O BIS, fundado em 17 de maio de 1930, é a instituição financeira internacional mais antiga do mundo e este fim de semana realizou em sua sede central da Basiléia sua Assembléia Geral Anual.

O risco para a América Latina em função de uma desaceleração e fragilidade do mercado da habitação na maior economia do mundo poderia ser suavizado “se outras economias, entre elas China, Japão e a União Européia, fossem capazes de resistir a possíveis desacelerações da demanda americana e aumentassem seus níveis de despesa”.

A dívida pública bruta diminuiu nas economias emergentes exportadoras líquidas de matérias-primas e nas importadoras graças ao intenso crescimento e às baixas taxas de juros, assim como a redução do déficit fiscal e do aumento dos ingressos públicos.

O México substituiu, em agosto de 2006, US$ 12 bilhões em bônus e empréstimos externos por obrigações em pesos a fim de reduzir a vulnerabilidade à desvalorização da moeda.

Além disso, a proporção de dívida em moeda estrangeira caiu, o que reduz a exposição a oscilações da taxa de câmbio.