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Biosul acredita e investe no potencial energético do MS

A despeito do risco de fuga ou migração de unidades do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul para outros estados mais amigáveis ambientalmente, como Goiás, em razão do projeto nacional de zoneamento da cana, considerado restritivo em excesso, a Biosul – Associação dos Produtores de Bioenergia de Mato Grosso do Sul, acredita no potencial sucroenergético da região dos mato grossos.

A entidade tem colocado em prática diversas ações visando o fortalecimento do setor no Mato Grosso do Sul, estado de sua abrangência. Uma delas é a criação de uma empresa de comercialização de açúcar e álcool, com a participação das usinas e destilarias do Estado, que deverá entrar em funcionamento até o final do ano. Com a negociação de uma maior quantidade de seus produtos por meio dessa empresa, Mato Grosso do Sul terá possibilidade de conseguir melhores condições de negociação e ampliar o seu mercado, inclusive para exportação.

A melhoria da infraestrutura logística é outro assunto que não sai da pauta dos representantes do setor. O presidente da entidade, Roberto Holanda Filho, afirma que o desenvolvimento dessa área no Estado é inevitável. Será consequência da expansão e aumento da produção. “É um raciocínio econômico lógico”, ressalta. De acordo com ele, Mato Grosso do Sul consome 300 milhões de litros de etanol e já deverá produzir, nessa safra, mais de 1,5 bilhão de litros. Quais serão os caminhos desse volume de biocombustível?

Existem diversas alternativas: a utilização de hidrovia (Tietê-Paraná), alcoolduto, ferrovia e a interligação desses modais visando o escoamento da produção pelo Porto de Paranaguá, no Paraná, ou mesmo de Concepción, no Paraguai. As conversações e estudos não param. “Temos feitos também contatos com a Uniduto”, revela. Essa empresa, criada em 2008 por um grupo de produtores de etanol, vai construir um alcoolduto no Estado de São Paulo a partir de julho de 2010.