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Biossegurança: Ministra louva lei dos transgênicos

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, comemorou a aprovação, pelos deputados federais, do projeto de lei de biossegurança e pediu pressa para a aprovação da matéria no Senado. “O Senado é soberano, mas tenho certeza de que a Casa terá toda sensibilidade de aprovar o quanto antes o projeto para que possamos ter um marco legal para os organismos geneticamente modificados e para começarmos os processos de licenciamento ambiental nos casos necessários, como para plantação com fim comercial”.

Perguntado sobre a decisão dos deputados, o presidente Lula foi taxativo: “Quando o Congresso aprova uma coisa, o presidente não tem que gostar, tem que cumprir”, disse no lançamento do Programa Nacional de Florestas, também nesta quinta (ver matéria nesta página)

Pela proposta aprovada na Câmara, a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) será composta por 27 membros, todos com titulação de doutor, designados pelo ministro de Ciência e Tecnologia. Doze deverão ser cientistas efetivos. Os demais, também doutores, serão representantes de ministérios. A CTNBio terá poder para aprovar projetos de pesquisa científica envolvendo transgênicos sem necessidade de estudos de impacto ambiental.

Essa foi uma concessão de Marina, que, no fim saiu vitoriosa. Isso porque para projetos voltados à produção em larga escala, para uso comercial, o ministério do Meio Ambiente dará parecer sobre a necessidade ou não de estudos de impacto ambiental. Saúde e Agricultura também poderão se pronunciar sobre impactos na saúde humana e na atividade produtiva, respectivamente. Se houver divergências entre a CTNBio e os ministérios, o Conselho Nacional de Biossegurança (CNBS), vinculado à Presidência da República, dará a palavra final.

A ministra convenceu o relator Renildo Calheiros a recuperar os poderes do Ministério do Meio Ambiente para conceder, via Ibama, o licenciamento ambiental dos projetos envolvendo transgênicos. Como moeda de troca para vencer a resistência da bancada ruralista, que queria uma legislação mais ágil para os projetos comerciais de transgênicos (como a soja), o governo aceitou liberar o uso da soja transgênica para a próxima safra, que começa a ser plantada no segundo semestre. Para isso, o projeto do Calheiros prorrogou por mais um ano a lei que liberou o plantio e a comercialização da atual safra de soja.

Ficou também acertado que as decisões da CTNBio tomadas no passado serão validadas, o que resolve o problema da liberação definitiva da soja transgênica, já aprovada pela comissão. Para atender à bancada evangélica, o projeto proíbe a utilização de células-tronco de embriões humanos. Só poderão ser usadas células-tronco da placenta e do cordão umbilical. A clonagem humana fica proibida.