Com o objetivo de tornar mais ágil no Maranhão o processo de financiamento do plantio de mamona aos pequenos produtores, a empresa Bioma elaborou planilha de custos para implantação da cultura no estado. A planilha vai ser apresentada esta semana ao Banco do Nordeste (BNB).
De acordo com os levantamentos feitos por técnicos da Bioma, com sede em Porto Franco, a 724 quilômetros de São Luís, os custos para o plantio de um hectare de mamona no estado, na safra 2006/2007, seriam de R$ 600 a R$ 700, com uma produtividade média da ordem de 2,7 mil quilos por hectare.
A Bioma pretende produzir biodiesel no Maranhão e quer garantir o fornecimento da mamona, a matéria-prima. O projeto da empresa envolve, além do plantio próprio, incentivo a os pequenos produtores para que se tornem fornecedores da esmagadora.
A empresa oferece sementes de mamona e assistência técnica ao pequeno produtor, garantindo a compra da safra. Para que os agricultores entrem na cadeia do biodiesel, no entanto, há necessidade de financiamentos. De acordo com o diretor executivo da Bioma, Wady Hadad Neto, a Bioma tomou a iniciativa de propor a planilha de custo depois de manter contato com a agência do BNB, no município de Imperatriz. A proposta é que o banco avalie a possibilidade de financiar pequenos produtores rurais, agregados da empresa e outros interessados no plantio.
Os custos para implantação da lavoura no Maranhão ainda não foram definidos, segundo Neto, porque o estado não aparece nas estatísticas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) como produtor de mamona. O diretor presidente da empresa, Sergio Copstein, disse que iniciativa introduz o estado no Programa Nacional de Biodiesel, de acordo com o modelo desenvolvido pelo governo federal para o Nordeste.
O superintendente do BNB no Maranhão, Francisco José de Morais Alves, informou que a planilha de custo elaborada pela Bioma será avaliada pelos técnico do banco. Alves deixou claro que o BNB tem todo o interesse em apoiar o pequeno produtor para fazer parte da cadeia de produção do biodiesel, programa incentivado pelo governo federal.
Para o gerente do BNB de Imperatriz, Francisco de Assis Santos, é necessário que seja comprovada a viabilidade técnica e econômica do plantio de mamona para o pequeno produtor rural. A produtividade média da mamona alcançada no Nordeste, conforme destaca o gerente, é de 1,2 mil quilos por hectare, volume inviável para o pequeno agricultor, que pode se endividar. Ele considera elevada a produtividade de 2,7 mil quilos por hectare apresentada pela Bioma.
A falta de uma planilha de custo para a mamona até o momento é apenas uma das razões pelas quais o banco ainda não financia a cultura no Maranhão para o pequeno produtor, conforme destaca o superintendente do BNB. No caso da Bioma, o banco alega que a empresa ainda não apresentou o projeto de implantação da usina de biodiesel. “Temos interesse em financiar a mamona. Entretanto, é preciso cautela. Todo produto tem que ser pensado na comercialização”, disse Alves.
A meta da Bioma para a safra 2006/2007 é plantar 7,5 mil hectares de mamona, com previsão de colher 20.250 toneladas de bagas. O projeto industrial prevê uma unidade esmagadora (no primeiro ano) e a usina de transisterificação (transformação do óleo em biodiesel). O diretor da Bioma informou que o projeto com os custos finais das indústrias estão em fase de fechamento.