A Bioenergia Brasil e a União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (UNICA) consideram injustas as manifestações expressadas pela BYD em relação ao governo brasileiro e à sua abordagem da mobilidade sustentável.
“Ao dizer que existem vários governos, a mensagem sugere a inexistência de coordenação por parte do Presidente da República. Vindo de uma empresa brasileira seria ruim; de uma estrangeira soa hostil”, afirmam as entidades.
Também em descompasso com a verdade está a afirmação de que o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, chefiado por ninguém menos que o Vice-presidente da República, é “retrógrado”, justamente no dia em que o programa Mobilidade Verde, depois de enviado pelo Executivo, aprovado com praticamente unanimidade pelo Congresso Nacional, é sancionado pelo Presidente da República.
Trata-se de um marco para a mobilidade sustentável global, à medida em que o Brasil se torna o primeiro país do mundo a levar o tema a sério, medindo as emissões dos veículos em todo o ciclo produtivo.
“Além de ofender a República brasileira, a manifestação afronta também a ciência na medida em que não admite o fato de que veículos elétricos tenham pegada de carbono considerável”, ressaltam.
De acordo com as associações, a busca pela mobilidade sustentável e pela economia de baixo carbono passa pelo entendimento respeitoso entre todas os atores envolvidos, incluindo as esferas pública e privada. Não é com ofensas que se avança. Pelo contrário, a crise climática exige esforço conjunto e ético.
“O Brasil tem dado, ao mundo todo, exemplos importantes de como conduzir políticas públicas de incentivo à descarbonização e, ao mesmo tempo, abrir diálogos e incentivar o desenvolvimento. E é assim que devemos seguir”, concluem.