O biodiesel foi o principal tema do primeiro dia da Feisucro (Feira Internacional do Setor Sucroalcooleiro), realizado no Pavilhão de Exposições do Anhembi, em São Paulo. A feira começou ontem, no dia 7, e vai até o dia 10 de novembro. Com 120 expositores, entre máquinas e implementos agrícolas, logística e serviços, a Feisucro pretende ser um elo entre todos os países produtores de cana, segundo Ronaldo Knack, diretor da feira, realizada em parceria entre a Alcântara Machado e a BrasilAgro.
No primeiro dia da feira, o biodiesel ocupou boa parte das discussões, apontado como uma alternativa viável para o setor sucroalcooleiro, assim como foi o Proãlcool nos últimos 30 anos. O empresário Maurílio Biagi Filho, presidente do comitê de agroenergia da Sociedade Rural Brasileira (SRB), lembrou que ainda há alguns ajustes que podem ser feitos para que o biodiesel alavanque no país.
Segundo ele, as usinas de açúcar e álcool também podem fazer investimentos em plantas de biodiesel em seus complexos industriais, como forma de aproveitar a rotação de cultura da cana – que geralmente ocorre em 25% da área dos canaviais – para plantar os grãos.
Estrangeiros interessados no ãlcool brasileiro
A Feisucro tornou-se também boa oportunidade de se realizar negócios. Grupos estrangeiros e representantes de governos de vários países também estiveram presente para conhecer melhor o setor sucroalcooleiro do país e também para prospectar negócios. Foi o caso do governo da República Dominicana, que está interessado no álcool brasileiro.
O país quer investir US$ 260 milhões nos próximos anos para implementar o programa de mistura de álcool na gasolina. Segundo José Nuñez, executivo da área de biocombustíveis da Secretaria de Estado de Indústria e Comércio daquele país, a mistura inicialmente será de 5%, mas passará para 25% – como ocorre no Brasil – a partir de 2008.
O país também já está atraindo interesse de grupos estrangeiros, como do Brasil e dos Estados Unidos, interessados em invetir em usinas naquele país. Há um projeto para construção de quatro novas usinas com capacidade para moer 1 milhão de toneladas cada uma. O país tem 12 usinas, mas apenas seis estão em operação. Destas seis, duas são privadas e quatro são estatais.
O projeto do governo dominicano prevê o aumento da área plantada em cana em 66 mil hectares e a criação de 100 mil postos de trabalho.
A produção de álcool daquele país atualmente serve para atender às indústrias de bebidas, com uma oferta de 40 milhões de litros por ano. A expectativa é de que com a mistura de 5%, a demanda por álcool seja em torno de 56 milhões de litros de álcool em uma primeira etapa e passe para 230 milhões de litros a partir de 2008, com a mistura de 25%.