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Biodiesel é autorizado e Unimar já tem tecnologia

Governo Federal autorizou esta semana o uso comercial do biodiesel no Brasil, com uma mistura de 2% ao diesel normal. A Unimar já desenvolve a tecnologia em laboratório e aguarda apenas acordo com fornecedora de maquinário para produzir o combustível em longa escala.

A matéria prima para a produção de biodiesel é o óleo vegetal. Existem mais de 20 espécies de plantas que podem ser processadas, entre elas, o amendoim, mamona, soja, girassol, gergelim e dendê. A Unimar utiliza óleo de soja e de girassol.

A principal vantagem do combustível é que é renovável e menos poluente que o diesel. “Outra vantagem, além de nacional, é o campo de trabalho que abriria para a produção do biodiesel”, falou José Arnaldo Aguiar, professor doutor em sistemas térmicos e física experimental da Unimar.

Segundo ele a Unimar aguarda acordo com a empresa fornecedora de equipamentos onde é produzido o biodiesel para iniciar a frabricação em longa escala e num primeiro momento utilizar o combustível nos maquinários da universidade.

O biodiesel da Unimar foi produzido em laboratório através do óleo vegetal adicionado a álcool e um catalisador para promover a reação química.

“Depois é preciso recuperar parte do álccol, e glicerina proveniente da reação, restando o biodiesel. Os três produtos podem ser comercializados”, disse Aguiar.

Segundo ele, o biodiesel é mais barato que o diesel comum, porém dificilmente a medida do governo reduziria o preço do diesel nas bombas, já que a Petrobrás continuaria distribuindo o produto.

“Redução do preço seria notada se ocorresse como na Alemanha onde existem bombas para biodiesel e para o diesel. Ao misturar os dois, o consumidor sentiria a diferença no preço”, explicou Aguiar.

Ele lembra que 80% do petróleo produzido pela Petrobrás é extraído no Brasil, mas o preço estipulado sempre segue tendências do mercado internacional. “A guerra no Iraque não tem nada conosco”, falou.

O biodiesel deve chegar aos postos de combustíveis em fevereiro de 2005, na região de Belém (PA). Em julho do próximo ano, o biodiesel de mamona estará sendo comercializado no Nordeste e, em agosto, nas regiões Centro-Oeste e Sul, a partir de soja e girassol.