Biodiesel abre debate em evento nacional sobre girassol

De acordo com o pesquisador da Embrapa Soja, Décio Gazzoni, que vai coordenar o painel do biodiesel, serão abordados os diferentes processos de produção do biodiesel – combustível derivado de fontes renováveis como girassol, dendê, mamoma e soja – e exemplificados os projetos que já utilizam o biodiesel em motores. O representante do Ministério de Ciência e Tecnologia, Breno Souza França também irá relatar os objetivos do Programa Nacional de Biodiesel, que pretende implementar de forma sustentável, a da produção e uso do biodiesel no País.

Gazzoni explica que o biodiesel substitui total ou parcialmente o óleo diesel de petróleo em motores automotivos ou estacionários (geradores de eletricidade, calor, etc), podendo ser usado puro ou misturado ao diesel em diversas proporções. “Vale salientar que a lei nº 11.097, promulgada em janeiro de 2005, determina a adição de 2% de diesel nos veículos brasileiros até 2008”, diz Gazzoni. Segundo ele, o painel pretende mostrar os diferentes processos de produção do biodiesel tais como o craqueamento e a transesterificação. Na transesterificação os óleos vegetais ou gorduras animais são submetidos a reação química em que há inserção de álcool (etanol) ou o metanol. “Este processo produz biodesel com viscosidade e eficiência similares a do diesel. Como resultado, é extraída a glicerina, produto com aplicações na indústria química”.

Por outro lado, no craqueamento – ainda em processo de desenvolvimento pela Embrapa e Universidade de Brasília – o óleo vegetal é super aquecido até que se promova o fracionamento de suas partículas, que resultam no biodiesel. “A vantagem desse processo é que o produto sai pronto para ser utilizado pelos motores e não há sub-produtos como a glicerina, o que deve facilitar a utilização por pequenos e médios produtores”, avalia Gazzoni.