O diretor mundial de Downstream da Shell,Mark Williams, afirmou ontem que, até 2050, 10% da produção mundial de combustível será de origem renovável.
De acordo com o executivo, a demanda será puxada por Estados Unidos e países europeus. Estas nações têm exigido presença de biocombustíveis na mistura do combustível usados nos carros como forma de reduzir a emissão de gases causadores do efeito estufa. Atualmente a representatividade de biocombustíveis na produção mundial está em 1%.
“Existem dezenas de países que estão considerando a obrigatoriedade de biocombustíveis na mistura”, disse Williams.
A China seria um país,que,apesar de ainda não obrigar o uso de biocombustíveis, é um mercado promissor.De acordo com ele, a tendência é de mistura cada vez maior nos carros.
O executivo afirma que o Brasil já é um grande mercado e que o etanol produzido no País terá fatia importante na produção mundial de biocombustíveis. Em fevereiro, a Shell entrou em parceria com a Cosan em investimentos somando US$ 12 bilhões para produção de etanol a partir de cana-de-açúcar.
Williams disse estar muito satisfeito com o acordo. “Não vemos a hora de começarmos a ter resultados concretos saindo da parceria.” A joint venture terá capacidade de produzir 2 bilhões de litros de etanol por ano, informa a companhia.
“Enquanto o uso em massa de biocombustíveis não se torna realidade,pretendemos aproveitar ao máximo cada gota de combustível fóssil”, afirmou Williams no lançamento do programa de curto-prazo da Shell para uso mais eficiente do combustível, Mobilidade mais inteligente.
No lançamento, que ocorreu durante o 10° Michelin Challenge Bibendum,Williams afirma que a população quer poupar combustível. O executivo aponta que, de acordo com pesquisa,83% das pessoas gostariam de saber mais sobre como poupar.
Para o executivo, a solução passa por produtos mais inteligentes, além do treinamento de motoristas. “Temos um trabalho que monitora eletrônicamente o uso de combustível”,exemplificou.Segundo o executivo, o programa tem potencial de diminuir o consumo em até 10%.
Outro fator importante para poupar combustível é uma boa infraestrutura.
“Recomendo que o Brasil comece a cuidar melhor das suas estradas” disse. “As más condições das rodovias fazem os caminhões gastarem mais combustível do que precisam e pode se tornar até mesmo um impedimento para o crescimento.” Williams lembrou que entre os produtos da Shell , existe uma espuma de pavimentação de estradas que reduz entre 25% a 35% o gasto total de energia dos veículos, por deixar o asfalto com temperatura mais baixa.
O executivo não vê como possível a produção de carros elétricos como forma de poupar combustível.De acordo com ele, a produção destes veículos passa por problemas de logística, infraestrutura e energia que não podem ser superados no curto-prazo.Williams lembrou que a tecnologia mais inovadora nem sempre é economicamente viável