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Biocombustível para aviação é alvo de parceria entre Brasil e EUA

A visita de Barack Obama no último final de semana ao país, proporcionou uma ampliação do Memorando de Entendimentos assinado entre Brasil e Estados Unidos há quatro anos, para promover a cooperação em torno dos biocombustíveis. O desenvolvimento de biocombustíveis sustentáveis para a aviação como ferramenta importante para reduzir a emissão de gases causadores do efeito estufa, é um dos focos específicos do documento, segundo a Unica.

A parceria para o Desenvolvimento de Biocombustíveis para Aviação prevê a coordenação para o estabelecimento de padrões e especificações comuns e busca facilitar a cooperação bilateral reunindo especialistas de instituições de pesquisas, da academia e do setor privado para o desenvolvimento de tecnologias inovadoras para a produção de biocombustíveis avançados.

Determinar que os dois países devem trabalhar para “impedir que surjam barreiras internacionais para o comércio e o desenvolvimento dos biocombustíveis”, é uma das cláusulas interessantes da parceria na opinião da Unica.

Segundo a entidade, diversas empresas estão desenvolvendo combustíveis para a aviação baseados na cana, e o primeiro vôo de um jato movido a querosene de aviação produzida a partir da cana está programado para 2012. Unidas, a fabricante de jatos regionais Embraer, a fabricante de turbinas General Electric e a empresa de biotecnologia Amyris, desenvolvedora do combustível devem utilizar um jato da empresa aérea Azul, fabricado pela Embraer e equipado com turbinas da GE.

Marcos Jank, presidente da Unica, explica que essas novidades somam-se aos sinais de conscientização crescente notados nos Estados Unidos nos últimos meses, sobre a necessidade de desenvolver soluções energéticas limpas e reduzir barreiras ao livre comércio e desenvolvimento dos biocombustíveis.

Para o líder, até os principais defensores da manutenção de pesados subsidios e elevadas tarifas já discutem um futuro sem apoios governamentais. “Eles não admitem, mas já reconhecem que a situação, como ela se apresenta hoje, não pode se prolongar pois gera impactos muito negativos para todos os envolvidos”, diz.

Jank afirma que ao consumidor norte-americano está sendo negada a oportunidade de utilizar etanol de cana brasileiro, limpo e renovável, que poderia estar contribuindo para reduzir as emissões de gases causadores do efeito estufa e ajudando a reduzir o preço do combustível nos postos do país.

Ainda durante a visita de Obama, os Chefes de Estado se comprometeram a aprofundar o diálogo bilateral e multilateral em matéria de produção e uso sustentável de bioenergia.