Os biocombustíveis avançados, feitos a partir de biomassa não alimentar e também conhecidos como biocombustíveis de segunda geração, tornaram-se uma realidade comercial.
E essa realidade ocorre em meio ao contexto de tecnologias avançadas, pressões econômicas e políticas para agir sobre as alterações climáticas.
A avaliação é da professora Lara Bartocci Liboni, do Departamento de Administração da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto da USP (FEA-RP), e de quatro alunos de pós-graduação, participantes da elaboração do relatório “Second-Generation Biofuel Markets: State of Play, Trade and Developing Country Perspectives”, divulgado na terça-feira (23/2) pela United Nations Conference on Trade and Development (UNCTAD), ligada à ONU.
COP21
Sob o impacto dos compromissos ambientais assumidos com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e do acordo firmado no Paris COP21, o relatório se concentra em como o mercado de biocombustíveis de segunda geração pode ser explorado e como tornar a tecnologia disponível em países em desenvolvimento.
Com um foco específico em etanol celulósico, um novo tipo de biocombustível produzido a partir de bagaço, madeira, grama ou de partes não comestíveis de plantas, o relatório oferece uma análise abrangente do setor de biocombustíveis de segunda geração.
De acordo com o relatório, o Brasil é o quarto país em capacidade instalada de produção de etanol de segunda geração, atrás apenas de Estados Unidos, China e Canadá.
Hoje, a capacidade instalada brasileira é de 177,34 milhões de litros, o que representa 12% do total instalado no mundo.
O relatório destaca, entretanto, que o Brasil não definiu metas de consumo de etanol de segunda geração, mas que tem introduzido incentivos para promover tanto a pesquisa e desenvolvimento quanto o início de produção.
Juntamente com a professora Lara Bartocci Liboni, participaram da elaboração do relatório aos alunos do Programa de Pós-graduação em Administração de Organizações Marcelo Elias dos Santos e Marlon Fernandes Rodrigues Alves, do curso de doutorado, e os alunos do mestrado Larissa Marchiori Pacheco e Bruno Garcia de Oliveira. Os pesquisadores foram os únicos representantes de uma instituição de ensino brasileira na pesquisa.
“Participar de um projeto desses é importante não só pelo avanço na pesquisa, mas também pela oportunidade da troca de conhecimento”, afirma a professora. O relatório está disponível, em inglês, no site http://unctad.org/en/pages/