Ministros de meio ambiente presentes na primeira Reunião Ministerial do G-8 sobre o Meio-Ambiente e Mudança Climática, iniciada nesta quarta-feira (22/04/2009) em Siracusa, na Sicília (Itália), ouviram uma mensagem direta e objetiva do presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Marcos Jank. Ele conclamou os cerca de 15 ministros e vice-ministros de países desenvolvidos e em desenvolvimento presentes a buscarem uma postura mais realista para enfrentar o aquecimento global: priorizar a adoção de soluções baseadas em experiências concretas e longamente comprovadas, em vez de buscar opções de alto custo que talvez só estejam disponíveis em um futuro não previsível.
“Não podemos adiar ganhos que podem ser conseguidos a curto prazo para insistir com possíveis soluções que ninguém sabe quando virão”, comentou Jank após a reunião. “Uma das soluções que já temos ! e que está ao alcance de todos é o uso ampliado de biocombustiveis produzidos de forma sustentável, que nos dão resultados palpáveis hoje, como ocorre no Brasil com o etanol de cana-de-açúcar”, completou.
Representantes de empresas de peso global, como Fiat, Westinghouse, Shell, Pirelli, Areva, Mitsubishi, Gazprom, Dyesol, Tata, GE e BMW participam do evento juntamente com os ministros do meio ambiente. A UNICA, representada por Jank, participa como convidada dos organizadores em função de sua postura pró-ativa no plano global em questões ligadas às mudanças do clima. A entidade é também a única representante do setor privado brasileiro a participar do encontro, ao lado do ministro do meio-ambiente Carlos Minc e representantes do Itamaraty.
Jank apoiou as posições apresentadas por Minc, que defendeu o uso ampliado da hidroeletricidade e dos biocombustíveis no Brasil e também a obrigatoriedade dos responsáveis por novos projetos de térmicas a carvão e a óleo mitigarem! suas emissões de CO2 através, por exemplo, do plantio de árvores e do apoio a projetos de energia renovável. Apos destacar o papel da hidroeletricidade na matriz elétrica brasileira, Minc defendeu a expansão do plantio da cana-de-acuçar para produção de etanol em áreas agrícolas degradadas e o desenvolvimento de projetos de geração de energia eletrica a partir do bagaço e da palha da cana, obtidos por colheita mecanizada de cana crua, sem o uso do fogo. Ele lembrou também a recente resolução do Ibama, obrigando novos projetos de termelétricas a carvão e a óleo a mitigarem suas emissões de gases causadores do efeito estufa, por meio do plantio de árvores ou investimentos empresariais em fontes renováveis de energia, como eólica, solar e biomassa.
Ao defender a expansão do uso de biocombustíveis no mundo, Jank exemplificou o que quis dizer com soluções reais, concretas e já existentes, no caso, o etanol produzido a partir da cana-de-açúcar. “Mais de cem países no mundo tem c! ondições de plantar cana”, enfatizou, frisando que 46% da matriz energética total brasileira já são renováveis, sendo que a cana representa 16% dessa matriz, ficando à frente da energia hidroelétrica e atrás apenas do petróleo. Jank apoiou a idéia de compensação dos gases de efeito estufa emitidos pelas térmicas “sujas” defendida por Minc, dentro do esforço internacional de combate ao aquecimento global.
Promovido pelo governo italiano, o encontro da Sicília prossegue até a próxima sexta-feira (24/04/2009) debatendo ações contra o aquecimento global e pela proteção da biodiversidade no planeta. Os trabalhos, presididos pela ministra do Meio Ambiente, Terra e Mar da Itália, Stefania Prestigiacomo, reúnem representantes dos países membros do G8 – Canadá, França, Alemanha, Japão, Itália, Reino Unido, Russia e Estados Unidos, da União Européia e dos principais países emergentes do mundo: África do Sul, Coreia, Brasil, China, India, Egito e México.
As informações partem da assessoria de imprensa da Unica.