O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) está analisando quatro projetos na área de produção de açúcar e etanol a serem implantados no Brasil, que somam US$ 1 bilhão. A coordenadora de Financiamento Corporativo do BID, em Washington, Sylvia Larrea, calcula que, considerando todos os projetos no setor, em análise na instituição, o valor chegue a US$ 3 bilhões. Ela não antecipou do que se tratam os projetos no Brasil. Disse, apenas, que três deles são de iniciativa de um grupo de investidores norte-americanos e um de um grupo brasileiro.
Sylvia destacou que os financiamentos do BID ao setor privado de bioenergia é novo: começou em agosto de 2006. O primeiro grande projeto brasileiro a se beneficiar foi o da Usina Moema de Açúcar e Álcool, em São Paulo, cujo financiamento, no valor de US$ 120 milhões, foi liberado em setembro último. Além do BID, Itaú e Rabobanck (líder em financiamento no Brasil na área de bioenergia) entraram na operação, cada um, com US$ 40 milhões. A usina trocou uma dívida de curto prazo (um ano) pelo financiamento de 10 anos com o BID e de sete anos com as outras instituições.
O BID está trabalhando em sintonia com as ações do Fórum Internacional de Biocombustíveis. Há cerca de quatro meses, criou o Fundo de Energia Sustentável e Mudança Climática (SECCI – sigla em inglês), com aporte inicial de US$ 20 milhões. Segundo o coordenador do SECCI, Juan Pablo Bonilha, a intenção é dobrar esse valor com doações de países ricos. Segundo ele, o fundo reúne recursos do BID e, no final de outubro, recebeu aporte de US$ 3 milhões do Reino Unido. Alemanha, Dinamarca e Holanda, já haviam destinado outros US$ 7 milhões.
“Estamos trabalhando com alguns governos para estabelecer marcos regulatórios na área de biocombustíveis e eficiência energética. Esse trabalho leva em conta aspectos agrícolas e sociais”, afirmou Bonilha, lembrando que a maioria dos países que integram o Fórum de Biocombustíveis tem leis para o setor, mas não estão regulamentadas. Governos de, pelo menos, 10 países já estão se beneficiando de recursos do SECCI, entre eles, El Salvador, Peru, Colômbia, Panamá e México. O fundo também destina recursos ao setor privado para facilitar os pré-investimentos em bioenergia.
O brasileiro Arnaldo Vieira de Carvalho Júnior, especialista em energia sustentável, que integra a equipe do BID, em Washington, adiantou que a instituição está lançando um programa, este mês, também, destinado a financiar projetos de eficiência energética.