Mercado

Bicombustíveis conquistam os consumidores

Os veículos bicombustíveis (movidos a álcool ou gasolina em qualquer proporção) conquistam cada vez mais a preferência dos consumidores. Se antes as vendas dos flexíveis correspondiam a pouco mais de 5% nas concessionárias de Araçatuba, hoje, a participação desses modelos chega a 60%.

A possibilidade de escolher que combustível usar é o principal motivo que leva os motoristas a optar pelos flexíveis, segundo os revendedores. De olho neste mercado, as montadoras se preparam para novos lançamentos e já avisam que os veículos movidos somente a gasolina ou a álcool estão com os dias contados.

O comportamento verificado em Araçatuba segue tendência nacional. Em 2003, a participação dos bicombustíveis nas vendas de veículos leves no Brasil foi de 4%, segundo a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores).

Do total de 1,2 milhão veículos vendidos no ano passado, 48,1 mil eram bicombustíveis. Nos primeiros seis meses de 2004, os flexíveis atingiram 18,5% das vendas. Das 647,3 mil unidades comercializadas, 119,9 mil são bicombustíveis.

Quatro montadoras fabricam bicombustíveis no Brasil. São elas a Volkswagen, primeiro fabricante a lançar o veículo flexível – o Gol Flex 1.6 Power 4 portas -, em março do ano passado, a Fiat e a GM.

Além do Gol Flex 1.6 Power, a Volks possui o Fox 1.0 e 1.6, a Parati 1.6 e a Saveiro na versão bicombustível. O desempenho das vendas desses modelos, afirma Nilton José Tarallo Júnior, sócio-proprietário da Munich, revendedora Volkswagen em Araçatuba, vem melhorando mês a mês. Hoje, dos 100 carros vendidos pela concessionária por mês, 60 são flexíveis.

No caso da Parati, os números são ainda mais surpreendentes. Para cada unidade a gasolina comercializada, a loja vende 9 bicombustíveis. “Os flexíveis conquistaram o seu espaço no mercado e vieram para ficar, tanto é que as motorizações disponíveis nos bicombustíveis não são mais oferecidas nas versões a gasolina ou a álcool”, afirmou Tarallo Júnior. A Parati Flex 1.6 sai a partir de R$ 36 mil.

Para o ano que vem, a Volkswagen deverá lançar o Gol Total Flex 1.0 e as linhas Golf e Polo na versão flexível. “A partir do ano que vem, quase todos os carros da Volks serão bicombustíveis”.

Na Cibrapar, revendedora Fiat, as vendas dos flexíveis correspondem a 52% do volume de negócios da loja, segundo o gerente Valmir Ricardo Dezani. Quando a concessionária foi inaugurada, em março deste ano, a participação desses modelos nas vendas era de 25%, conta ele.

A linha de bicombustíveis da Fiat é composta pelo Palio ELX, Palio 1.3, Palio Weekend 1.8 e Palio Weekend Adventure, além do Siena 1.3 e 1.8. O carro com maior saída, segundo Dezani, é o Palio 1.3, que custa a partir de R$ 24.840,00. “O consumidor está aderindo aos bicombustíveis justamente pelo fato de poder escolher o combustível que vai usar”, afirma Dezani.

A família dos flexíveis da GM é composta pelo Meriva 1.8, Zafira 2.0, Astra 2.0, Montana 1.8 e Corsa 1.8. Segundo José Dionísio Filho, sócio-proprietário da J.Dionísio, concessionária GM em Araçatuba, as vendas dos bicombustíveis correspondem a 50% dos negócios da revendedora. Por mês, a J.Dionísio vende 90 carros. Deste número, 45 são flexíveis.

“As vendas dos bicombustíveis vêm crescendo mês a mês e a tendência é a comercialização dos flexíveis ultrapassarem a dos carros a gasolina”.

A médio prazo, segundo a assessoria da montadora, a GM deve estender os flexíveis para toda a sua linha. A Ford e a Peugeot também programam seus bicombustíveis, mas ainda não têm data.